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António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
ETERNA DESILUSÃO....
Partidos unem-se nas mordomias por unanimidade
O Expresso noticiou que os 6 partidos representados na Assembleia da República aprovaram por unanimidade, e em tempo recorde, uma ‘lei inédita’, segundo a qual o Tribunal Constitucional substitui o Tribunal de Contas na fiscalização das despesas dos grupos parlamentares.
Curiosamente, esta notícia surgiu logo a seguir a saber-se que o Tribunal de Contas, numa vistoria ao Constitucional, detectara neste órgão despesas indevidas, nomeadamente quanto às mordomias dos juízes (carros de serviço individuais, cartões de crédito, etc.).
A iniciativa dos partidos parlamentares, ainda por cima por unanimidade, só nos pode deixar horrorizados com os esforços de todos os políticos para manterem intactas as mordomias, que as legislaturas aumentam sempre – tendo criado uma democracia única no mundo neste aspecto, a democracia portuguesa das mordomias. E depois dizem que é populismo estar contra estas mordomias intocáveis e crescentes, enquanto se cortam as politicas sociais.
Podemos ter de agradecer muito ao Tribunal Constitucional, por não estarmos tão mal como se este Governo fosse deixado à solta. Mas o nosso – ou, pelo menos, o meu – maior respeito vai para o Tribunal de Contas.
E quem deixa os partidos mal não são os ditos populistas, mas os dirigentes desses partidos, da Maioria e da Oposição, que assim descaradamente se aferram às mordomias.
Pedro d´Anunciação, | 04/05/2015 – Sol on line
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