sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Pichardo é campeão mundial de triplo salto

Pedro Pichardo, atleta nascido em Cuba e naturalizado português, é campeão mundial de triplo salto, depois de ter feito 17,91 metros no último salto da final da competição, em Tóquio2025, no mesmo estádio em que alcançou o ouro olímpico em 2021, repetindo o triunfo de Oregon2022, ao vencer a final com 17,91 metros.

Corre, Isaac, corre...

"André Ventura poderá ser o sucesso político que todos, por agora, vaticinam, mas esse sucesso será sempre alicerçado numa política mais feita por oposição а alguém, do que na afirmação de algo. 

Ventura precisa de um alvo para não revelar o seu vazio de soluções. E quem acha que isto é só uma fase, que depois as coisas se acalmam, que o Chega pode ser mais "responsável", olhe bem para a candeia que os alumia, lá do outro lado do Atlântico. 

Se queremos perceber o que pode ser o sucesso de Ventura, é ver como está a ser o sucesso de Trump. Ontem insultavam os que na televisão os criticavam, hoje cancelam os seus programas. Ontem vociferavam contra as universidades esquerdistas, hoje exigem listas de nomes de professores e alunos. Ontem assaltavam o Capitólio, hoje querem fazer heróis os que quiseram derrubar a democracia. Ontem defendiam a liberdade de expressão, hoje perseguem quem ousar dizer o que pensa. 

Nader correu no sentido contrário à narrativa de Ventura, mostrando como uma história de imigração pode ser uma glória nacional. Com a mesma energia, os que querem impedir Ventura de correr para o sucesso não devem tirar os olhos da meta que ele quer alcançar."

Já arrancaram as obras do futuro Centro de formação do IEFP

Via Diário as Beiras (para ler melhor clicar na imagem)

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Urgência regional: «para a Fnam é “uma solução de recurso” para o SIM “solução a curto prazo”.»

«GINECOLOGIA-OBSTETRÍCIA. Bombeiros de Santarém fizeram na segunda-feira mais um parto numa ambulância. Mas uma boa parte das ocorrências tem visado bebés de mães da Península de Setúbal, devido ao encerramento simultâneo das urgências existentes.»

Primeiro estranha-se, mas depois entranha-se...

 Imagens: daqui. Para ver melhor clicar na imagem.

A pergunta do milhão de dólares..

Via Expresso: “O que é que se passou nesse almoço? O que é que combinaram?”, perguntou Seguro, referindo-se ao almoço de Gouveia e Melo com André Ventura..

Biologia marinha: no segundo ano o curso passa a contar com 23 alunos

Via Diário as Beiras (para ler melhor clicar em cima da imagem)

Isaac Nader campeão do Mundo!

É o sonho de uma carreira. 
Isaac Nader, filho de um marroquino e de uma portuguesa, define, assim, a medalha de ouro conquistada  em Tóquio. O atleta português sagrou-se campeão mundial nos 1500 metros em mais um momento histórico para o atletismo nacional. 
Ouvido pelo enviado especial da Antena 1, Isaac Nader não escondeu a satisfação, sublinhando que esta já ninguém lhe tira. 
Isaac Nader é o oitavo campeão do mundo português, conseguiu a quarta medalha portuguesa nos 1.500 metros, depois das duas de Carla Sacramento, ouro em Atenas1997 e bronze em Gotemburgo1995, e da de bronze de Rui Silva, em Helsínquia2005.

O lider da oposição foi encurralado numa candidatura à PR!..

À falta de Passos, Ventura avança para Belém apesar de “não desejar”.

Na conferência de imprensa que serviu para anunciar a sua candidatura presidencial, Ventura  explicou que tentou encontrar um candidato capaz de levar o partido “à segunda volta” e que “mostrasse que aquilo em que acreditamos” (o mesmo de sempre - como a luta contra a imigração e contra a corrupção). 
O líder do partido assume ter falhado nessa tarefa, e a alternativa foi avançar ele próprio com uma candidatura, ainda que não o desejasse.

A candidatura presidencial pode vir a ser uma decisão que pode sair caro a Ventura e ao Chega, que são praticamente a mesma coisa. 
E isso nota-se para os lados do Chega. Há muita perturbação por lá. A provocação gratuita aos imigrantes que se manifestaram em frente da Assembleia da República, com consequências políticas imprevisíveis, é mais um sinal de evidente descontrolo.
Não acreditando em impossíveis, resta continuar a confiar que Portugal vai conseguir sair airosamente desta embrulhada de mau gosto, à qual anda a ser  conduzido há muito.
Há muitos culpados no cartório. Em 2017, Ventura foi lançado em Loures por Passos Coelho. Tratou-se de uma experiência de radicalização originada pelo rancor e revanchismo advindos da perda do Governo em 2015. Passos quis testar um discurso de extrema-direita com a chancela do PSD. Se assim o pensaram, assim o fizeram, para espanto do CDS que teve um acto de coragem e decência ao quebrar a aliança autárquica em Loures. 
Quem não quebrou foi Passos, que validou e apoiou o discurso xenófobo e racista de Ventura. A partir dessa data, e depois com o Chega como partido autónomo, jamais se desfez a cumplicidade ostensiva entre Passos e Ventura. A que se veio juntar Cavaco, Ferreira Leite, Rui Rio e Montenegro, para só nomear os dirigentes históricos que não só normalizaram um partido com discurso e práticas simbólicas fascistas como o elevaram a parceiro desejado ou consagrado.

A ver vamos, como diz o ceguinho...
Mas, tirando, confesso, as faustosas tiradas dos comentadores políticos na televisão (no meu tempo essas tiradas fantásticas acontecim nas mesas do café...), não estou a ver grandes ideias...

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Ministro Fernando Alexandre, um exemplo que «poder não é brilhantismo, embora brilhe»...

"Professores em manifestações perdem “aura” da profissão, diz ministro da Educação."
Foto: daqui

Para o ministro da Educação, os professores que se manifestam nas ruas por melhores condições de trabalho — embora com razões para isso — perdem "toda a aura" da profissão, a autoridade na sala de aula e o respeito de gerações de alunos. "Não consigo perceber como é que se desvalorizou tanto, socialmente, os professores. Os professores, durante muitos anos, andaram em manifestações, com razões para isso, mas o professor é alguém que é respeitado na sociedade por ser alguém que sabe, que tem autoridade, que é respeitado por gerações e gerações de alunos. Alguém que anda em manifestações perde toda essa aura", argumentou Fernando Alexandre esta terça-feira, perante mais de duas centenas de alunos da escola secundária Dr. Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz, — a mesma que frequentou entre 1984 e 1990."

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A efeméride visa sensibilizar para a mobilidade suave e utilização de meios de transporte sustentáveis


 Diário as Beiras

Via rodoviária vai ligar Quiaios e a Praia de Quiaios

 Via Diário as Beiras

Ventura e as sondagens...

 Via Jornal de Noticais

«Ventura, ao falar em hambúrgueres, ser desmentido e choramingar por os jornalistas não lhe perdoarem um lapso, sabe muito bem o que faz. Primeiro, convence os (muitos) que acreditam que o presidente foi trincar big macs a Berlim. Depois, comove os que o amam. Ventura e o Chega nada propõem, nada pensam de estruturado. Mas estão prontos a dizer as piores atoardas, desde que isso os aproxime do poder. E isso é muito difícil de combater. Requer determinação dos democratas, que, porém, seguem os seus combates como se nada fosse.
À esquerda, como na ascensão de Adolf Hitler, os partidos só veem os seus quintalecos e lutam entre si. Enquadra-se aí a candidatura presidencial de Catarina Martins. À direita, vemos gente que vive no país de há 50 anos. Outro jornalista, Pedro Tadeu, publicou um livro a que chamou "Porque sou comunista", levando João Miguel Tavares, um colunista conservador, a escrever no "Público" que "o comunismo continua a ser generalizadamente entendido como uma ideia bonita, que apenas correu mal de todas as vezes que foi aplicada". Isso, queixume de uma direita que desdenha alguma intelectualidade alegadamente dominante, é meia verdade, uma forma perversa de mentira. O comunismo falhou e, digo-o eu, que nunca fui comunista, está condenado a falhar, como o seu oposto, o liberalismo económico. Porém, o comunismo, enquanto doutrina, não preconiza a violência como o ideário fascista ou nazi e todos os seus sucedâneos. Não é a mesma coisa.»

As autárquicas não são uma sondagem. São para escolher quem fica nas freguesias, nas Assembleias Municipais e nas Câmaras Municipais. Ventura (felizmente) só há um: o André e mais nenhum!

domingo, 14 de setembro de 2025

Entretanto, Portugal mantém-se em silêncio...


«Eurovisão 2026 pode estar em risco depois de vários países ameaçarem boicote. 
A participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção de 2026 está a gerar forte polémica na Europa devido à invasão israelita na Faixa de Gaza. A indignação tem-se traduzido em avisos de vários países à organização do concurso: Espanha, Irlanda, Países Baixos, Eslovénia e Islândia ameaçam não participar caso Israel não seja excluído da competição.»

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Para Santana Lopes é “inadmissível” e provoca “profunda revolta”

«As obras da Ponte Edgar Cardoso somam cerca de nove meses de atraso, o que levou o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, a considerar “revoltante” e “inadmissível”. “A isto chama- se faltar ao respeito a uma terra e às suas gentes”, escreveu, esta semana, o autarca nas suas redes sociais. “Causa profunda revolta o estado da obra da Ponte Edgar Cardoso. Podem existir todas as razões do mundo – e algumas são-nos transmitidas – , mas uma certeza tenho: em Lisboa e no Porto, isto não aconteceria”, acrescentou. 

“Dois anos e meio de obra. Garantiram que [a conclusão dos trabalhos] era no início de junho, depois passou para julho, depois juraram que era na primeira quinzena de agosto, depois na segunda, depois até ao fi nal de agosto. Ainda agora lá passei e é a letargia. E a explicação pública? É a IP [Infraestruturas de Portugal] que tem de comunicar a nova previsão de data e os motivos”, anotou ainda Santana Lopes. 

Num artigo recente publicado no Correio da Manhã, Santana Lopes também se queixava dos sucessivos adiamentos, frisando que o atraso soma nove meses. E apontava outubro para o fim da empreitada.»

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

"Isto é gozar com quem trabalha", mas somos o país que andamos a construir desde 1975...

"Foram recebido separados, mas à saída dos encontros com o Presidente da República, os líderes das centrais sindicais convergiram tanto na recusa do anteprojeto de revisão da legislação laboral, como ao admitirem todas as formas de luta, incluindo um greve geral. Neste momento, a posição que a UGT tem é a de rejeição deste anteprojeto", afirmou o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), Mário Mourão, após a audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Para Mário Mourão o anteprojeto do Governo "não é uma reforma, mas uma rutura". E, se o Governo "continuar intransigente", não exclui uma greve geral. "Estamos perante um pacote laboral que é um verdadeiro retrocesso no mundo do trabalho", afirmou, ainda antes dele, o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP), Tiago Oliveira, o primeiro a ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa na tarde desta segunda-feira.

Questionado sobre se a CGTP admite juntar-se à União Geral de Trabalhadores (UGT) para se oporem à reforma laboral, tal como defendido pelos ex-líderes da CGTP e da UGT Carvalho da Silva e Torres Couto, o secretário-geral da CGTP refere que para já a "unidade" se faz "nos locais de trabalho" e apela a que os trabalhadores participem na manifestação convocada para 20 de setembro por esta central sindical."

Via Expresso

Nota de rodapé.

"Pergunte-se a um sindicalista mesmo sindicalista se encontra na legislação laboral proposta pelo Governo uma medida, uma só, com a qual concorde. Pergunte-se a um patrão do tipo Saraiva se encontra uma, uma só, com a qual discorde. Não encontram. Desta vez, as posições extremaram-se como não há memória. Aquilo é tão mau, tão mau, tão mau que até os camaradas da UGT dão sinais de que vão fazer o inimaginável, comportar-se como sindicalistas e representar trabalhadores. Não sei se vão. Seria a primeira vez. A pressa demonstrada e a pressão colocada pelo Governo também sugerem que sim. A Ministra diz que não são obrigados a esperar por um sim obtido na concertação social, que também podem obtê-lo no Parlamento com os votos da coligação PSD/Chega. O PSD volta a assumir que “sim é sim”, que Governa em maioria absoluta sem ter maioria absoluta. E rega a fogueira da conflitualidade com gasolina.

O Governo quer desafiar o país do Trabalho. Pergunte-se a cada português se está disposto a fazer greve, por quantos dias, a ocupar a escadaria do Parlamento, a ir para a rua exigir que matem o monstro. Desta vez, não há margem para hesitações. Tudo, rigorosamente tudo o que é proposto é demasiado mau, uma viagem ao inferno sem caminho de regresso. Se o monstro triunfar, nunca mais ninguém irá para a rua como até aqui. Todos continuarão a poder contar com 52 Domingos por ano para exercerem o seu direito à greve. Nós somos o país que fizermos."

José Santos Silva interessou-se pela coleção de peças alusivas ao Satanás por considerar que “o Diabo é uma figura caricata”...

Via Diário as Beiras

«O figueirense José Santos Silva tem uma coleção dos diabos, ou melhor, de diabos. Começou a colecionar figuras demoníacas de forma mais constante há menos de uma década. Tem cerca de 300 exemplares, alguns dos quais peças exclusivas.

“Tinha admiração e apetência pelo figurado de Barcelos. Na Feira de S. João, vinha aquela gente de Barcelos [com tendas de venda de artesanato] e eu gostava daqueles bonecos e sempre que podia comprava um. Depois, cheguei à conclusão de que não podia comprar a bonecada toda e decidi especializar-me”, contou o colecionador ao DIÁRIO AS BEIRAS.

A primeira peça foi um exemplar da reputada artesã minhota Rosa Ramalho (1888 – 1977), decorria a segunda metade da década de 1970. Foi-lhe oferecida. Rica prenda!, literalmente. A coleção, porém, começaria mais tarde.

“Comecei a comprar diabos de forma muito esporádica e nem sequer era com o intuito de fazer uma coleção”, ressalvou.»

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

O negócio da doença continua de "vento em popa"...

Enquanto centenas de utentes não têm médico de família no SNS no concelho da Figueira, um privado investe: "... foi inaugurado ontem. As instalações, na rua Rancho das Cantarinhas, representam um investimento de 11 milhões de euros."

 Via Diário as Beiras

Isto está cada vez pior?

  Comparado com quê?

Quando a mentira se torna compulsiva


Pedro Correia

«Ninguém me contou: eu ouvi na CMTV. No dia 5, André Ventura anunciou aos portugueses que a tragédia ocorrida na Calçada da Glória 48 horas antes era «o terceiro pior acidente da história do país». Insistindo: «O terceiro pior da história do país toda. Toda!»

Nem numa altura em que ainda permaneciam por identificar algumas das 16 vítimas mortais deste desastre o líder do Chega conseguiu falar verdade, recorrendo às habituais hipérboles sem fundamento, no pior estilo trumpista.

Longe de mim armar-me em “polígrafo”, mas seria bom que Ventura não torcesse demasiado os factos nem insultasse a inteligência de quem o escuta.

Não é preciso recuar ao terramoto de 1755, que ele certamente incluiu entre os três piores acidentes da história do país. Fiquemo-nos pelos últimos 80 anos.»

Para continuar a ler clique aqui.

Elevador da Glória: Moedas, o seu futuro e os “sicários” de Alexandra Leitão

"Marcelo disse o que muita gente, mesmo à esquerda, andava a evitar: Carlos Moedas é o responsável político pelo acidente do Elevador da Glória. É o óbvio ululante, mas estava a tornar-se um tabu."

Para ler melhor clicar na imagem

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Obras começaram em finais de julho, tendo um prazo de execução de 15 meses

 Via Diário as Beiras

A Oposição ao Estado Novo e «o Leste» cultural

Rui Bebiano

"Em Portugal, a Guerra Fria teve como importante aspeto um anticomunismo visceral que acompanhou todo o trajeto do Estado Novo. Parte deste associava um mal incontornável à simples existência do que chamava «a Rússia» e dos outros regimes do «socialismo realmente existente», como estes se autodefiniam até 1989. Por um efeito de contraposição, muitos oposicionistas vislumbraram nesses territórios, em regra de forma acrítica, o seu desenho de sociedades perfeitas. Fruto deste olhar, ainda hoje muitos militantes e simpatizantes do PCP, a partir de uma visão acrítica, parcial e a-histórica, imaginam como ideal a realidade daqueles Estados através das décadas de existência que fecharam com a Queda do Muro de Berlim. Em particular a da «pátria dos sovietes», proclamada «o país do sol radioso», que iluminava o caminho a desbravar desejavelmente pela humanidade no seu todo. 

Ao divulgarem junto do cidadão comum uma imagem demoníaca, brutal e não menos ignorante daquelas realidades, os publicistas diretos do Estado Novo e os seus imitadores, suscitando um efeito adverso afinal à sua intenção, acentuaram aquela filiação positiva. Recordo-me de, ainda pré-adolescente, ter lido, a partir das inesquecíveis carrinhas da biblioteca itinerante da Fundação Gulbenkian, todos os clássicos russos ali disponíveis, apenas porque eram… intrigantes e sinalizadores de realidades alternativas e que, contrariamente aquela em que era forçado a viver, seriam potencialmente «boas». Quando passei a frequentar os setores da esquerda mais radical dos quais me aproximei, descobri de que modo, apesar do seu distanciamento do que consideravam ser o regime burocrático da URSS, essa atração por tudo quanto era «russo» ou «do Leste», mantinha uma importante força. 

O mesmo se passava com o cinema, celebrando muitos espetadores tudo o que chegava do outro lado da Europa – muito pouco, devido à censura – como potencialmente subversivo. Até o cinema de animação para crianças da escola de Zagreb ou a superprodução romantizada do Guerra e Paz, de Tolstoi, filmada em 1966 pelo russo Sergei Bondarchuk, serviram de alimento para essa voracidade. O mesmo se passou, por exemplo, com filmes iniciais do realizador checo Milos Forman, como Os Amores de uma Loira, de 1965, e O Baile dos Bombeiros, de 1967, ou ainda Comboios Rigorosamente Vigiados, realizado por Jiří Menzel em 1966. O curioso, de que só mais tarde me apercebi, é que se tratava de filmes profundamente críticos da sociedade e do regime da Checoslováquia, que muitos espetadores foram ver, descartando essa dimensão incómoda, sobretudo como um gesto de secreta oposição ao poder do salazar-marcelismo e aos seus valores. 

Como toda a gente avisada sabe, ou deveria saber, a realidade, seja a passada ou a presente, jamais se revela unívoca."

domingo, 7 de setembro de 2025

As autárquicas e a normalização do Chega

Ângela Silva

«Vivi umas férias abusivamente longas cercada por cartazes de André Ventura. Dispenso sair da toca no querido mês de agosto, vivi Castro Marim e Moledo, Carrapateira e Sintra, Odeceixe e Aveiro (luxos à mão num país pequeno) e Ventura perseguiu-me. Ele tinha avisado – o Chega vai ter candidatos às autárquicas de 12 de outubro em todos os municípios do país – e como a matéria prima, pobre e escassa a nível nacional, é ainda mais pobre e escassa a nível local, Ventura tirou o coelho da cartola, clonou-se a si próprio, criou a ilusão de que o candidato às 308 câmaras é ele, e basta ir para fora cá dentro para ter uma experiência alucinante. O André está em todo o lado. Vai limpar isto tudo. E supera-se na arte de enganar o pagode.


Há nisto uma fragilidade que o político de que se fala não esconde. No seu predileto registo de vítima, tenta disfarçar a penúria de quadros, diz que “é difícil em muitas zonas do país”, porque “muitos candidatos [do partido] são atacados, ameaçados, condicionados” e “muito boa gente, infelizmente, não quer ou não sente condições de poder dar a cara" (Tadinhos!). Mas também há nisto (e há sobretudo) uma turbina que vai mudar, agora sim, os alicerces do mapa político. Começou nas legislativas, quando o Chega venceu em 60 concelhos. Mas o grande salto na implementação nacional do partido está projetado para outubro e confrontará o sistema com a morte das linhas vermelhas. Pedro Duarte, o ex-ministro que trocou o Governo pela candidatura da AD ao Porto, já perdeu os complexos - “Linhas vermelhas não fazem sentido nas autarquias”. E não tarda até que muita boa gente, da AD, do PS, e até do PCP, esteja em condições de subscrever um abaixo-assinado com esse título.

Imagine uma câmara da margem sul do Tejo ganha pelo PS ou pelo PCP, mas onde os cartazes de Ventura conseguem disputar poder e eleger vereadores. O que faz a esquerda? Diz que não fala com aqueles senhores porque não são gente decente nem confiável e arrisca deixar a autarquia bloqueada? Ou percebe que a paralisia lhe pode ser politicamente fatal e senta-se à mesa com os indecentes? No fundo, o que Montenegro está a viver a nível nacional para grande escândalo de alguma esquerda que ainda não percebeu o que aí está (claro que o segundo maior partido a nível nacional deve poder eleger juízes para o Tribunal Constitucional), é exatamente o que AD, PS e PCP vão ser desafiados a viver a nível local.

"Governar Sintra com o Chega? Não ponho limites, não tenho linhas vermelhas. Escolherei os competentes”, dizia por estes dias o candidato da AD a Sintra. Marco Almeida faz nos arredores de Lisboa o que Pedro Duarte faz no Porto e isto chama-se ceder à realidade. Em Sintra, o segundo município mais populoso do país, a vox populi não acha impossível Rita Matias ganhar. Nas freguesias da costa vicentina pejadas de imigrantes, a conversa de Ventura é manteiga no pão. No Algarve, no Alentejo e na Península de Setúbal estamos conversados, o mapa passou a azul nas legislativas e isso não se reproduz tal qual mas não desaparece em autárquicas. E no Norte, onde a direita conservadora tratou melhor de si, o combate da nova direita vai mais atrasado, mas Pedro Duarte lá saberá porque é que assinou o funeral das linhas vermelhas. O Chega, às costas de Ventura, vai ganhar câmaras mas vai, sobretudo, alargar a malha de norte a sul e o mercado a disputar é imenso. Estão em jogo 308 executivos camarários, mais de 3 mil freguesias, outras tantas assembleias municipais, num puzzle gigantesco a que concorrem milhares de cidadãos e é certinho que, mesmo com o risco de haver larápios na rede, o polvo do Chega vai crescer.

Há autarcas socialistas que viram o filme há muito tempo, quando recusaram deixar a Ventura o monopólio de temas que sabem tocar a vida das pessoas, seja o impacto social de uma imigração mal controlada, sejam os limites do Estado social. E o líder do Chega, mal ganhou as eleições nacionais com a ascensão a segundo maior partido, focou-se no combate que sabe ser decisivo: "Vamos ter bons autarcas para resolver os vossos problemas, de violência, de insegurança, de imigração e de mama do Estado, ao pé das vossas casas". Bons autarcas, nem pagamos para ver. O pessoal político de um partido não se compra no supermercado e há quatro anos foi o que se viu – o Chega elegeu 19 vereadores, que foram caindo como tordos com acusações de falta de democraticidade interna, e o partido falhou a implementação local. Mas isso foi há quatro anos, quando a maratona de Ventura ainda não tinha ultrapassado o PS no ranking nacional. Agora, já sentado à mesa dos grandes, o partido ganha poder de atração, ainda tem que recorrer sobretudo a deputados para se candidatar às eleições locais mas vai descobrindo novos artistas convidados e joga forte com a certeza de que é no poder local que as raízes se consolidam. O político nacional aparece na TV a sair de carros pretos, o político local está próximo, cruza-se na rua e no café, pára para ouvir queixas e passa a mexer cordelinhos, a gerir dinheiros, a mover influências, a ter verdadeiro poder.

Ventura chamou a este combate “o último degrau” e traduziu para quem não tenha percebido: “Antes de conseguirmos mudar este país como tanto queremos a nível nacional, nós temos de o conseguir governar a nível local”. Um partido unipessoal é uma doença ainda sem cura anunciada, não será desta que o Chega conseguirá ultrapassar a poderosa dupla que tem governado a Associação Nacional de Municípios, mas quando não se acha impossível Rita Matias morder os calcanhares à vitória em Sintra, não vale a pena ter ilusões.

PS e PCP ainda disfarçam de papo cheio, mas já não se livram do pão que o Diabo amassou. Há um processo de normalização em curso do venturismo. Seja bem-vindo ao Outono quente.»

Leituras

Pedro Correia, no Delito de Opinião


«Os livros dizem: ela fez isto porque. A vida diz: ela fez isto. É nos livros que as coisas nos são explicadas; na vida não são. Não me surpreende que algumas pessoas prefiram os livros. Os livros dão um sentido à vida. O único problema é que as vidas a que eles dão sentido são as vidas dos outros, nunca é a nossa.»

Julian BarnesO Papagaio de Flaubert (1984), p.216

sábado, 6 de setembro de 2025

Novas unidades em Tavarede, São Julião, Paião, Bom Sucesso e São Pedro (esta é a única empreitada em curso). As instalações de Buarcos e de Maiorca serão requalificadas

 Diário as Beiras

O «acidente» do Elevador da Glória é, de facto, o «acidente» da Lisboa neoliberal

Pedro Levi Bismarck

"Seria preciso encontrar um termo apropriado para o momento exacto em que um sistema deixa de ser capaz de dissimular e ocultar as suas próprias contradições. O «acidente» não é apenas o «milagre invertido», como dizia Paul Virilio, que expõe as fragilidades da tecnologia e do desenvolvimento: ele é o momento que expõe, na forma mais trágica possível, as contradições de todo um sistema político-económico. Está ainda, certamente, por fazer toda uma história do «acidente».

Deste ponto de vista, o «acidente» com o elevador da Glória não tem apenas um sentido simbólico, não é simplesmente uma metáfora, mas tem uma materialidade própria. É uma espécie de ponto de condensação onde se reúnem de forma catastrófica as consequências e os resultados das políticas económicas neoliberais que uma cidade como Lisboa tem seguido nos últimos anos: (1) externalização dos serviços de manutenção, isto é, privatização da manutenção da Carris e dos serviços públicos, isto é, precarização das condições de trabalho e obliteração das cadeias de transmissão de saber técnico (como realçava Paula Godinho num texto publicado no Facebook); (2) corte de financiamento da Carris (no ano de 2024) e a aparente transferência de uma considerável verba do orçamento desta empresa para apoiar esse megaevento que é a Web Summit e, portanto, a degradação dos serviços públicos essenciais, da infra-estrutura básica da cidade, à custa do nacional-deslumbramento dos grandes eventos unicórnicos e da grande epopeia do marketing das cidades-marca e das best destinations.

A idealidade absurda do neoliberalismo financeiro que Moedas representa é a cidade-Potemkin: puro fachadismo, pura encenação de si mesma. Cidade sem conteúdo, cidade reduzida a forma pura da sua rentabilidade económica. E, por isso, a política da privatização (neoliberal) é, antes de mais, a política de externalização sine die dos custos políticos e sociais (e, por isso, pode Moedas não se demitir, ao contrário do que fez Jorge Coelho aquando da queda da ponte de Entre-os-Rios).

O «acidente» do Elevador da Glória é, de facto, o «acidente» da Lisboa neoliberal: mas este deve ser visto, igualmente, como sintoma de burnout, sintoma de uma cidade em burnout, porque há, paralelamente à falta de manutenção, a questão da intensidade e da violência do uso de uma infra-estrutura que deixou de conseguir responder ao uso massivo que dela é exigido: justamente, o uso massivo de uma actividade turística que hoje tomou conta do centro da cidade de Lisboa, que devora e coloniza inteiramente a cidade. E, portanto, o «acidente» dá-se no centro, numa das zonas fundamentais de confluência e concentração do turismo de massas e atinge, justamente, um dos «ícones», uma das «representações» fundamentais da Lisboa-turística e da sua ideologia.

O «acidente» revela, assim, de forma tão abrupta, a materialidade social e económica que suporta a frágil encenação fachadista da Lisboa requalificada, da Lisboa cosmopolita, da Lisboa alegre, para expor a condição de uma cidade (como tantas outras) reduzida à pura condição de Luna Park, constituída por infra-estruturas degradadas e sobrecarregadas, uma cidade explorada intensivamente até ao ponto do seu colapso por uma especulação imobiliária animada pela utopia do crescimento sem fim do turismo e da reprodução mágica do capital financeiro. Neste sentido, devemos ver a impecável cor amarela dos elevadores como a superfície-ideológica que dissimula a degradação absoluta dos componentes que constituem a infra-estrutura oculta do funicular. A importância catastrófica do «acidente» na política moderna é justamente essa: o «acidente» é o momento em que o reprimido (a infra-estrutura) aparece de forma violenta na linguagem dissimulada da ideologia política (a superestrutura).

O «acidente» do Elevador da Glória é o «acidente» do neoliberalismo e das suas instituições: externalização, privatização, rentabilidade absoluta de tudo e todos até ao ponto iminente do colapso. Dizia alguém que a arte da política é a mentira. Ora, o «acidente» é o ponto trágico em que a verdade aparece enquanto tal. Todas as políticas têm custos e o «acidente» é, justamente, a forma política em que o custo aparece. Para a lógica política da contemporaneidade a fórmula só pode ser uma: quanto maior o «acidente», maior a mentira."

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

"O mundo" em Seiça já tem a lotação esgotada

 Diário as Beiras


O magnífico Parque das Abadias.

Este texto de Mário Reis, Biólogo, na edição de hoje do Diário as Beiras, merece ser lido atentamente. Pelos figueirenses e não só.
Pensar e construir a cidade não é tomar medidas avulso para o curto prazo. É fundamental planear e gerir
"O Parque das Abadias é uma demonstração de bom urbanismo, no respeito do ambiente e das pessoas. É um espaço muito agradável, sereno, procurado. Mas é mais do que isso. Surpreendentemente, ou talvez não, lá encontramos a fi gura do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles na sua génese. O parque foi pensado por Alberto Pessoa no âmbito da urbanização para fazer a ligação entre o Bairro Novo e o Bairro Velho, na primeira metade dos anos sessenta".
(Para ler melhor clicar na imagem)

O poder local não pode ficar entregue aos reformados

Ora cá está uma discussão que valeria a pena ter. Contudo, sá a partir do próximo mês de Novembro. Seria uma boa altura para se falar disto a sério, uma vez que depois da realização das eleições os espíritos locais e nacionais deverão estar bem mais calmos que nos próximos 30 e tal dias.

Em 2012, sabemos o que sucedeu, porquê e para quê. Conhecemos as consequências — e as causas — da agregação de freguesias, ocorrida por imposição da troika. Para que a assistência financeira externa entregasse o dinheiro necessário, tínhamos de diminuir o número de autarquias locais. Não havendo qualquer vontade — ou coragem — de suprimir municípios, as freguesias foram as vítimas escolhidas. Se analisarmos a Lei n.º 22/2012 e o que dela resultou, percebemos bem a ligeireza que presidiu a todo o processo e, sobretudo, o desrespeito completo pelas populações residentes. Foi dada a palavra às assembleias de freguesia e às assembleias municipais, mas nada do que disseram foi tido em conta. A sentença estava previamente redigida e a execução determinada. 
Mestres como somos nas artes do engano, aproveitámos uma singularidade nacional: a existência de dois níveis de poder local. Ludibriámos a troika — e lixámos o mexilhão nacional, o mais desprotegido dos mexilhões: as pobres freguesias, nomeadamente as de “territórios de baixa densidade”.  

Impõe-se questionar: numa situação de profunda crise económica, financeira e social, deveria dar-se prioridade a reformas deste tipo? Parece, a meu ver,  que a resposta sensata, é negativa, até porque é muito incerto que a redução do número de freguesias conduza, por si só, a uma redução sensível das despesas públicas. Por esse mesmo motivo, e em coerência, também não parece ser a altura mais adequada para avançar com a regionalização, não obstante os seus méritos potenciais.
É quase surreal que, numa conjuntura como era de 2012, se viesse a forçar esta reforma, que seria sempre difícil e complexa em si mesma, quanto mais quando conduzida sob a batuta coerciva e antidemocrática dos princípios defendidos pelo ministro Relvas em nome da Troika.
No caso concrecto da Figueira colocar a questão em 18, 10 ou apenas uma freguesia, quanto a mim é um falso problema.
Quanto a mim,  a verdadeira questão é: para que servem as freguesias?.. E como servem!..
Num ponto concordo com o antigo autarca José Esteves: "a gestão das juntas de freguesia não pode ficar entregue aos reformados".
Imagem via Diário as Beiras

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Coisas que só um avô nota e recorda: a escassez de zonas verdes...

Temos o magnífico Parque das Abadias.
Mas a Figueira precisa de mais espaços verdes.
Toda a gente sabe, mas talvez só quem tem netos ganhe a noção de quanto são importantes os espaços para os avós e as crianças brincarem.
Não falo apenas de parques infantis (pelo que conheço, poucos…) mas também de espaços apropriados.
No verão temos alguns insufláveis. Mas, passada essa época, voltamos â carência de espaços onde as crianças possam brincar livremente e em segurança.
Na Figueira cidade, durante todo o ano, temos o Jardim Municipal. E no resto do território figueirense?

O concelho não é só a cidade.
Governar para o futuro, é tornar o concelho da Figueira mais verde e amigo das crianças e das famílias.
Um território precisa de adquirir e consolidar espírito comunitário e de participação cidadā. 
Também por isso, há necessidade de mais espaços verdes e lúdicos.
Quem governa uma cidade tem de olhar primeiramente para as pessoas. 
O poder local não pode prioritariamente ter como base das suas preocupações o trânsito individual automóvel e o edificado.

Em 2025, a Várzea de Tavarede, tida como a zona da Figueira com melhores terrenos agrícolas, está betonizada com uma bomba de gasolina e grandes superfícies comerciais – Pingo Doce, AKI,  LIDL e o Continente.
Recorde-se: a Várzea de Tavarede e São Julião começou a ser destruída no consulado de Aguiar de Carvalho aquando da construção das Avenidas em cima de quintas agrícolas, ao invés de construir em terrenos sem uso agrícola, mas já cozinhados, na altura, entre a CMFF e a empreiteira Lurdes Baptista para futuros loteamentos…

Nesta zona da Várzea de Tavarede e São Julião e agora também Buarcos, foi proposto o Parque Verde da Cidade na campanha politiqueira de 2009 (tal como, anteriormente, propôs Santana Lopes na primeira passagem pela Figueira).
Em vez de zona verde, cuja implementação foi nula, os governantes figueirenses, ao contrário do prometido, tiveram foi vontade efectiva e rapidez em legalizar a construção da bomba de gasolina, do Pingo Doce, do AKI LIDL e Continente, no mesmo espaço projectado para o referido Parque Verde…
Duarte Silva, recorde-se, em parceria Aprigiana também tentou betonizar esta zona com um Centro Comercial operacionalizado por um ex. futuro assessor…

Na Assembleia de 12 de Outubro de 2012, que sepultou a freguesia de São Julião (cuja acta nunca foi publicada no site da CMFF), a Freguesia de Tavarede escapou à extinção ou agregação com uma prenuncia justificativa muito “delirante” de que era uma Freguesia somente RURAL… 
Tão rural que detém as maiores urbanizações do concelho da Figueira da Foz e maior concentração de superfícies comerciais!
A saber: Intermarché; L.leclerc; FozPlaza – Jumbo. Na Várzea “tida como a zona da Figueira com melhores terrenos agrícolas” tem o Pingo Doce, AKI , o LIDL e o Continente com 40 mil m2 de impermeabilização de solos.

A revisão do PDM de 2017, feita à pressa antes das eleições desse ano, atacou os corredores verdes.
O corredor verde das Abadias foi posto em causa ao permitir a construção de todo o gaveto que vai desde a frente do Pavilhão Galamba Marques até quase à frente do Centro Escolar, betonizando o corredor das Abadias.
Esse executivo municipal pretendeu alienar o Horto Municipal a uma superfície comercial, não tendo em conta que a construção neste espaço e consequente impermeabilização do solo acarretava problemas noutros pontos da cidade.
Essa revisão do PDM não levou em conta que os terrenos a norte e nascente do Parque de Campismo já deveriam fazer parte integrante do Parque (tal como decidido em reunião de câmara de 19/11/2007). A revisão do PDM de 2017, permitiu que continuassem como zona de construção.
No Corredor Verde da Várzea de Tavarede esse PDM validou o ataque às zonas verdes ao permitir a construção em toda a lateral da Avenida Dom João Alves, reduzindo em cerca de um terço a Várzea, pondo em causa até outros projectos municipais, como são as Hortas Urbanas.
 
A proximidade de  eleições autárquicas têm mostrado o nível em que se encontra a política figueirense.
Acho que chegámos àquele ponto em que é impossível continuarmos a rir da desgraça concelhia. 
A desgraça é que já se ri de nós. 
E  fá-lo descaradamente. 
Até onde mais podemos ir mais?
De parque verde já chegámos a retail park!...
Na imagem, na foto da esquerda, vê-se uma placa que esteve mais de duas dezenas  anos naquele local. Foi lá colocada na primeira passagem do Dr. Santana Lopes como presidente de Câmara da Figueira da Foz. Em 2009, passou a parque verde "virtual" em 3 D!.. E assim continuamos.

No outono do ano da graça de 2016, começou a desenhar-se o futuro retail park figueirense. 
Aos poucos,  as superfícies comerciais começaram a ocupar o espaço.
Sublinhe-se: do último espaço que restava à Figueira para um verdadeiro parque verde.
Mas, isto são coisas de velhos: só um avô nota e recorda...

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Volume de reservas para a primeira quinzena de setembro com sinais positivos

 Via Diário as Beiras

Sonhos: da cobertura do Coliseu Figueirense, passando pelo Anel das Artes até ao Multiusus de "localização privilegiadíssima"...

Imagem via Diário as Beiras
 O assunto não é novo

Que a Figueira tem necessidade de um espaço multiusus isso é uma evidência. Anteriores executivos camarários andaram à deriva entre a cobertura do Coliseu e o Anel das Artes. De concreto, porém, nada ficou, a não ser promessas eleitorais. 

Miguel Amaral há muito que admite que "o desiderato de instalar uma cobertura amovível e reabilitar o imóvel para o transformar num espaço multiusos coberto ficou mais difícil de alcançar, porque, sem apoio financeiro público – ao abrigo de um protocolo com o município – , a obra não avançará." 

“O investimento é de 2,5 ou 3 milhões de euros, sem contar com a reconversão do edifício para que o espaço possa reunir caraterísticas para qualquer tipo de espetáculos. Não temos capitais próprios [para realizar essas obras], porque um edifício com 130 anos requer obras contínuas de manutenção”.