terça-feira, 19 de maio de 2015

Carlos Cidade, antigo sindicalista coordenador e agora vereador em Coimbra

Carlos Cidade fez comigo parte de uma direcção do então Sindicato dos Empregados de Escritório de Coimbra, nos idos anos da década de 80 do século passado.
Li aqui, que  foi “condenado” a pagar 1.500 euros ao Estado, por ter substituído trabalhadores da recolha do lixo durante uma greve, segundo o sindicato do sector.
Carlos Cidade, nos idos da década de 80 do século passado, era dirigente sindical, coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra, a estrutura regional da CGTP e militante  do Partido Comunista. Agora, é  militante do PS, vereador no município de Coimbra  e tem o pelouro do Ambiente e Qualidade de Vida, que abrange a recolha de resíduos sólidos urbanos. 
Por isso, foi acusado de um crime de prevaricação, por ter recorrido a trabalhadores da empresa multimunicipal ERSUC para substituir os trabalhadores  da Câmara de Coimbra, que aderiram a uma greve de quatro dias, há um ano, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
A denúncia “por conduta criminosa” tinha sido apresentada pelo coordenador regional do STAL, Aníbal Martins, contra Carlos Cidade e o presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado.
Sublinhe-se que o arguido conhecia a proibição de substituir  trabalhadores em greve (então proibida por lei) – como escrevi acima, tinha exercido funções de dirigente sindical.
Mesmo admitindo,  que a preocupação primeira do antigo sindicalista e  agora vereador  dr. Carlos Cidade, foi  “assegurar um interesse comunitário”, como a salubridade pública,  e admitindo também que “cumpriu a sua obrigação ao pagar os 1500 euros e a cidade, nos quatro dias da greve, esteve limpa”,  o que quer dizer que o  lixo, nesses dias,  saiu de casa e repousou  no aterro onde foi  tratado e transformado, ninguém se preocupou com os  homens que o recolheram  e  transportaram.
Esses, foram tratados pelo antigo sindicalista e agora vereador do ambiente na Câmara de Coimbra, dr. Carlos Cidade, como  lixo residual -  que é aquele se agarra  às mão e que faz a diferença entre o lixo que produzimos e o que tratamos.

1 comentário:

A Arte de Furtar disse...

O aconchego do poder ou o colinho….

“Quando se desarmam direitos abre‐se uma porta de convite para se desresponsabilizarem os deveres”, escreveu Carvalho da Silva.
Eu sei que o que vou escrever fará sorrir uns e outros vão considerar que estou ultrapassado mas, a vida mostra que “a luta de classes está cada vez mais presente no dia a dia dos trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo”
A vida também mostra que as hierarquias, o carreirismo e os colarinhos engomados são os principais objectivos dos videirinhos do poder.
Um imenso "provincianismo mental"!