sábado, 9 de maio de 2015

Ai credo, que imundice, que porcaria, que nojo de sociedade (mas, como o que é preciso é ser “vencedor”, o resto que se lixe)...


Para Paulo Portas, no mínimo, a dignidade pessoal é um conceito muito próprio.
Tem um jogo de cintura tão apurado que, mesmo um vexame público, pode ser ultrapassado achincalhando-se a si próprio.
Para tentar continuar no governo e ter mais deputados do que o partido de que é presidente vale, para Portas tudo tem um preço - até a dignidade!..
Esta atitude Portas, ao contrário do que muitos possam pensar, não tem apenas a ver com ele e com o seu partido: tem a ver com a democracia portuguesa.
Numa democracia, os cargos políticos e a política não pode ser apenas uma actividade destinada a ser exercida por heróis ou por crápulas.
Os primeiros, por serem Homens excepcionais, sairiam sempre incólumes de todos os ataques.
Os segundos, também sairiam incólumes, por serem protegidos pelas regras da indignidade da sociedade em que vivemos, de que seriam eles próprios os mentores e os gestores.

Porém, como a democracia em que gostaria de viver tem a ver com um regime de cidadãos que responderiam em igualdade de direitos e deveres perante a lei, os políticos têm de ser cidadãos comuns, empossados pelo voto da comunidade, em funções executivas ou de representação.
Eu sei que sou ingénuo, mas não pensem que não sei que vivemos numa sociedade do faz de conta.
Por exemplo, as elites figueirenses – para não irmos muito longe e ser um exemplo de proximidade e acessível... - em voz alta, porém, não muito alta, dizem: que imundice, que porcaria, que nojo de sociedade...
Mas, em voz baixa, baixíssima, pensam: ora, o que é preciso é “vencer”, o resto que se “lixe”... 
Esta é a realidade em que vivemos.
Por isso, é que os homens sem palavra e sem dignidade são os melhores e os que triunfam - na Figueira e no País...  

1 comentário:

A Arte de Furtar disse...

MENTIROSO, irrevogável!