domingo, 28 de fevereiro de 2021

Política figueirense: ar puro precisa-se...

O desenho de Fernando Campos não é inédito. No jornal "A linha do Oeste" servia de cabeçalho a uma rubrica que destacava afirmações dos políticos na campanha eleitoral de 1997.

Daqui a un meses, temos eleições para escolher quem tomará conta dos destinos da Figueira e das freguesias entre 2021 e 2025.
A escolha, passará maioritariamente por listas de nomes que serão avalizadoss pelos directórios dos partidos.

Há muito que se discute a qualidade dos nossos políticos e da política. 
É um lugar comum ouvir dizer que em Portugal os políticos são maus - como se a excelência noutros sectores da sociedade fosse regra e a classe política fosse a triste excepção.
Claro que não é assim: a classe política representa o Portugal real.

Já na década de 30 do século passado, Schumpeter, historiador e ministro da economia austríaco, teorizou sobre a mediocridade na política. Seguindo a sua teoria, a mediocridade na política podia ser extinguida (sic) com a despartidarização da política abrindo esta actividade a outros quadrantes da sociedade, movimentos e associações cívicas, estabilizadas e com credibilidade. Schumpeter, há qause 90 anos, já constatou a dependência das elites das estruturas do Estado dos partidos, prevendo a sua degradação inexorável.
 
Na Figueira, como no resto do País, existe uma ditadura partidária que só admite para os lugares de topo quem convém ao chefe.
Uma reforma a sério poderia dar uma certa saúde à democracia na Figueira. Mas, isso, nenhum partido quer porque seria contra as práticas internas e contra os interesses dos políticos instalados no poder partidário. 

Os políticos falam no bem do partido, mas o objectivo é o seu  próprio bem. Importante é ganhar as eleições, como enganar o povo, como fazer demagogia, como fazer propaganda, quando deveriam é pensar o que é que convém ao interesse colectivo e o que é que podiam fazer mais e melhor ou, ao menos, tentar corrigir  o que está errado e procurar melhorar as coisas.
Um político não tem, necesssariamente, de ser um técnico competente. Um político tem é que ser capaz de gerir as forças sociais de maneira a introduzir certas reformas e ser capaz de escolher as reformas certas. Isso é que faria um bom político.
 
Um bom presidente de câmara - e isso até está na ordem do dia na Figueira - não precisa de saber fazer pontes. Precisa é de saber se se deve fazer a ponte ou não, porquê, onde é que se deve fazer e que espécie de ponte. 
Depois,  precisa de saber comunicar às pessoas a necessidade da ponte. 
Mas não tem que saber como é que se faz a ponte.

O problema não é só de pessoas. Mas, também das instituições políticas, nomeadamente os partidos, que promovem e privilegiam a  escolha da mediocridade. 
Actualmente, uma carreira política não promove o mérito, portanto, acaba por  atrair pouca gente de qualidade. Isto, aliás, não é novo: o Eça conta que em algumas casas da burguesia os políticos não eram recebidos porque as senhoras tinham nojo.

Como mudar isto?
A meu ver, só haveria uma maneira, melhor dizendo, uma utopia: se o escrutínio público fosse mais atento, pressionando as lideranças de forma a estas deixarem sobreviver os mais competentes nos partidos. 
Na Figueira, estou para ver como é que o PS e o PSD - o centrão do poder desde Abril de 1974 - vão conseguir evitar o mau ambiente político, renovando o ar que lá dentro se respira... 

Seiça: até ao momento, "vai-se a ver e nada", tirando o desejo de arranjar "2,7 milhões de euros para estabelizar ruínas"...

Na Figueira, a criatividade na propaganda política vive uma crise terrível, há muitos anos. Quando se aproximam eleições autárquicas, é sempre mais do mesmo. Resumindo e lembrando alguma da matéria já dada sobre este assunto

Seiça, é um convento em ruínas que continua abandonado... Propaganda, é o que continua a preocupar os "nossos" autarcas... 
Em 21 de Setembro de 2017, uma notícia publicada no jornal AS BEIRAS, dava conta que o "Convento de Seiça já tinha anteprojeto para preservação".
A Câmara disse que quis saber quanto é que iria custar a preservação das ruínas do convento, mas não obteve resposta. O ateliê,  ficou de avançar as previsões orçamentais dentro de um mês. Entretanto, alertaram que, em obras como aquela, nunca se sabe o que se vai encontrar, pelo que a margem de erro remete para meras estimativas.
Será que já se conhecem os números necessários para a preservação das ruínas?
A empreitada, conforme se podia ler na edição do jornal AS BEIRAS de 21 de Setembro de 2017, a 9 dias da realização das autárquicas desse ano, tem cabimento num programa de fundos europeus. 
No fundo, sobre este assunto, os anos vão passando e continua a resumir-se tudo a uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. 
Tirando a agitação e a propaganda, nada de novo...

Eleições autárquicas em 2021: vai correr tudo bem...

Para ler as crónicas na íntegra, via Diário as Beiras, clicar aqui e aqui.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Autárquicas de 2021, Rio, Santana e a Figueira...

"O nome de Santana Lopes chegou a ser aventado para Coimbra ou para a Figueira da Foz.

Rio não quis comprar uma guerra com a concelhia da Figueira da Foz (que escolheu Pedro Machado para candidato), ao contrário, por exemplo, de Coimbra, em que optou pelo independente José Manuel Silva, ex- -bastonário da Ordem dos Médicos, em detrimento de Nuno Freitas. 
Em relação a Santana, ainda é cedo para saber se o PSD contará com ele como independente."

Para conseguir ler a imagem, clicar em cima.
Imagem via jornal Nascer do Sol.

Em S. Pedro o Leslie e a pandemia não nos afectou todos?.. Ou foi só ao património e ao negócio da junta?..

Na edição de hoje do Diário as Beiras, o presidente da junta de freguesia de S. Pedro, diz que "a pandemia está a gerar prejuízos. Nomeadamente, financeiros." 
Mas a quem? - pergunta OUTRA MARGEM
Segundo o presidente, "à junta de freguesia e aos seus concessionários"!.. 
E os restantes comerciantes da freguesia? - pergunta OUTRA MARGEM.

A junta «tem cinco espaços comerciais concessionados – três na Praia da Cova, um na Praia do Hospital e outro e junto ao rio – e confeciona as refeições escolares e gere o refeitório do centro escolar local. Com os estabelecimentos e as escolas encerradas, não há receitas.
“Temos tido bastantes dificuldades. Os nossos concessionários estão a pedir-nos ajuda. Estamos a tentar saber, em termos legais, o que poderemos fazer para os ajudar. E ainda temos o problema acrescido no refeitório do centro escolar, que tem quatro funcionários permanentes, pagos pelas refeições que servimos às crianças. Como, neste momento, não há serviço de refeições, é mais um prejuízo enorme para a junta de freguesia, de mais de três mil euros por mês
Durante o confinamento, os salários estão a ser pagos pela tesouraria da junta de freguesia, afirmou o presidente da junta da freguesia do sul da Figueira da Foz, António Salgueiro.
Por outro lado, ao abrigo da delegação de competências, as juntas de freguesia têm direito às verbas relativas à publicidade dos estabelecimentos comerciais e outros, no entanto, devido à crise pandémica, em 2020, não foram cobradas as respetivas taxas.
“Em 2021, também não iremos receber, devido à pandemia”, disse ainda António Salgueiro.»

Importantes e, pelos vistos, relevantes e preocupantes, são os prejuízos sofridos pela junta! 
Será que as pessoas que não têm negócio com a junta de freguesia de S. Pedro também não têm problemas, prejuízos e outras situações complicadas para resolver?
Se têm, desenrasquem-se... A junta tem problemas próprios, e esses para o presidente, é que têm de ser resolvidos prioritariamente...
Para vossa leitura e análise, fica a peça jornalística completa hoje publicada no Diário as Beiras.

Assembleia Municipal aprova por unanimidade moção apresentada pelo PSD sobre requalificação da linha do oeste

Ontem, na Assembleia Municipal, foi aprovada por unanimidade uma moção apresentada pelo PSD, que defende a inclusão no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da requalificação da Linha do Oeste
A proposta foi apresentada pelo líder da bancada social-democrata, Teotónio Cavaco. O autarca da oposição frisou a necessidade da apresentação desta moção, devido à omissão do presidente da câmara, Carlos Monteiro, sobre a defesa da inclusão daquele investimento no PRR. O edil da maioria socialista, contudo, lembrou que a Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra, da qual é vice-presidente, já tomou uma posição sobre aquele e outros investimentos para região que deveriam ser incluídos na “bazuca” da União Europeia. 
“É uma moção pertinente”, defendeu o líder da bancada do PS, João Portugal, quando anunciou o voto a favor dos socialistas. 
Não obstante, deixou claro que não acompanhava as críticas a Carlos Monteiro, pelas razões que este apontou.

PSD «vai recorrer a todas as instâncias das "manobras" do PS para evitar eleições em Quiaios»...

"...o MAI foi informado em 21/12/2020 da dissolução da Assembleia da Freguesia de Quiaios, este Ministério dispôs de tempo suficiente para a marcação da eleição, mas não o fez! 
Porquê? 
O que andou o MAI a fazer entre 21/12/2020 e 21/01/2021? O que fez durante um mês? 
A não marcação da eleição traduz-se num prejuízo para a freguesia de Quiaios que não dispõe da possibilidade de voltar à normalidade democrática. 
Visto que não existem órgãos da freguesia a funcionar legalmente, como se pode resolver esta situação? 
A solução parece residir numa Comissão Administrativa a nomear pelo Governo e que deverá assegurar os assuntos correntes até às eleições gerais autárquicas de 2021. 
Esperamos pois que o Sr. Presidente da Câmara requeira com urgência, ao Sr. Ministro da Administração Interna, a nomeação da Comissão Administrativa, porque não existe nenhum órgão de Freguesia. 
Lembrar que não é o Partido Socialista que define o que quer para Quiaios é a lei e a população de Quiaios. Chega de incompetência, de prepotência e na incapacidade de terem um projeto para a Figueira da Foz e para Quiaios. 
Não aceitamos estas “manobras” para evitar eleições tentando fazer aparecer um candidato com campanha paga por todos nós. 
Temos a intenção de recorrer a todas as instâncias, de anular todas as deliberações tomadas pelo Sr. Ricardo Manuel Rodrigues Santos enquanto hipotético Presidente da Junta bem como as votações em que participou como tal nesta Assembleia Municipal."

Esta nossa barra: "em dois meses só abriu um dia"!...

Imagem via Diário de Coimbra

 

Da série, deixem-se de politiquices e exijam mas é soluções políticas aos políticos e técnicas aos engenheiros para os problemas de erosão costeira a sul do estuário do Mondego

Via Diário as Beiras, edição de hoje:
«A Junta de São Pedro está a promover um abaixo-assinado em defesa da costa. 
A moção propõe a construção de um quebra-mar paralelo à praia do quinto molhe, na Cova, para afastar o mar das dunas e fazer crescer o areal. 
Ao final da manhã de ontem (dia 26 de fevereiro de 2021), um dia depois de ter sido tornado público, o abaixo-assinado já contava com mais de 200 assinaturas. 
Por outro lado, na próxima segunda-feira, o executivo daquela junta de freguesia da margem sul da Figueira da Foz avançará com uma petição pública na internet sobre o mesmo assunto. 
Os documentos serão enviados à tutela do Ambiente e ao executivo camarário.»

No passado dia 22 de fevereiro de 2021, no OUTRA MARGEM, deixámos a seguinte postagem: 
Como andamos para aqui a alertar há quase 15 anos, o problema é sério e não se compadece com politiquices. Venham de onde vierem. Basta de demagogia política, venham soluções.
Deixo uma sugestão, aliás, conhecida dos técnicos, há muito...
Na passada quinta- feira, via Diário de Coimbra, lemos a seguinte notícia:
Espero que isto sejam contributos sérios para a resolução de um problema que já atormenta as populações do sul do concelho da Figueirada Foz, há demasiados anos.
Não quero, sequer, colocar a hipóteses destas movimentações aconteceram em 2021 por ser ano de eleições autárquicas. Para demagogia e propaganda política, chega o que chega. Basta.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Como se acabou na Figueira o mito Santana...

Chopin não compunha para violinos: toda a obra do compositor foi escrita para piano. 
Santana, "o menino guerreiro", «tem charme e fama de ‘playboy’.» Eterno ‘enfant térrible’ do PPD/PSD, os seus próprios apoiantes admitem que “acelera primeiro e pensa depois”. Mesmo quem não o conhece pessoalmente define-o como um animal político, "age por impulso e não por instinto". E até já aprendeu a tocar piano.
Porque não é possível afastar a incerteza da política, em certos momentos a confiança torna-se necessária. Cautela e caldos de galinha, porém, nunca fizeram mal a ninguém. 
FOTO VIA OBSERVADOR
"Take it easy." Em vez das certezas partilhadas, o que se exigia era uma espécie de solidão visionária e inspirada. O recato, nas ocasiões certas, muitas vezes está na origem dos mitos.

Assembleia Municipal de Viseu quer ligação ferroviária à cidade

Uma comédia romântica com uma péssima encenação... (II)

Via Paulo Colaço, Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD

Uma comédia romântica com uma péssima encenação...

 Via Diário as Beiras

Foi sem imaginação ou criatividade que esta peça de teatro foi levada à cena. Aborreceu, sobretudo, pela previsibilidade do desfecho finalTodavia, neste caso o importante era mesmo alcançar o fim, e não usufruir da viagem. 
E era tão fácil de prever como esta comédia iria acabar. Com mais ou menos variações de pormenor, o que os personagens fizeram para lá chegar também nunca se demarcou das mesmas rotinas. Depois, há jovens políticos que não se cansam de apostar no "cavalo errado". Assim, dificilmente conseguirão chegar lá....

Os políticos apelam à cidadania, mas quem participa não é bem quisto...

Na Europa, "a cidadania corresponde a um vínculo jurídico entre o indivíduo e o respectivo Estado e traduz-se num conjunto de direitos e deveres. Este conceito expressa uma condição ideal baseada na percepção, quer do indivíduo, quer do coletivo, quanto aos seus direitos e obrigações. Cabe aos Estados determinar quem são os cidadãos a quem é possível atribuir a cidadania em função de dois critérios: o da filiação ou "jus sanguinis" – vindo da Grécia e de Roma o do local de nascimento ou "jus soli" – vindo da Idade Média, por influência dos laços feudais."

Não há consenso sobre a definição da noção de cidadania. Contudo, o sentido moderno da palavra exprime uma relação entre o indivíduo e a comunidade política. Outras formas de integração no sistema político existem, mas o cidadão tem deveres e direitos, responsabilidades e privilégios que o não-cidadão não partilha ou partilha em grau menor. Num sentido amplo, a cidadania é reconhecida como o «direito a ter direitos». Por isso, há quem a entenda como um estatuto que confere um leque de direitos constitucionalmente previstos. Cidadania, a meu ver, é o direito a ter direitos e deveres.

Costuma dizer-se: quem anda à chuva está sujeito a molhar-se.
Quem escreve, seja nos jornais, num blogue ou no facebook, ou emite opinião na rádio ou televisão, não escreve por escrever, nem fala por falar. Quer transmitir algo. Por isso, sujeita-se a ser envolvido em polémicas.

A escrita e a fala, quando transmitem crítica social, cívica ou política, geram azedume e um saborzinho desagradável no criticado, semeiam odiozinhos de estimação, quer seja ela justa, quer seja ela injusta. 

Numa sociedade inserida num espaço democrático há mais de 45 anos, a participação cívica ou política envolve, muitas vezes, uma posição crítica e de discordância. Por mim respondo: a intervenção é feita sem acinte, mas com alguma contundência. 

Numa sociedade democrática a crítica deveria ser encarada como algo natural, feita por alguém que vê de forma diferente os problemas, os desafios que, em certo momento histórico, são colocados à polis pelas políticas executadas por pessoas concretas. 

É aqui que a tensão sobe: no momento em que certa personalidade, certo político concreto é objecto de crítica. Instala-se a polémica. Na defesa de divergentes pontos de vista, uma palavra a mais, uma frase menos feliz, uma referência mais picante, é tida como ofensa.

Cidadania é respeitar os outros para que nos respeitem e cumprir os nossos deveres com consciência para podermos usufruir dos nossos direitos. Não ficar calado perante injustiças. Contudo, faz sentido tentar participar no debate público por mero exercício de cidadania, quando a maior parte dos actores o faz por interesse ou por revanchismo?

Possivelmente, em anos de autárquicas considera-se normal que as pessoas ligadas à política se comportem de forma ainda mais rasteira. O que, a meu ver, é lamentável. Pessoalmente, até gosto da política, em geral. E de política autárquica em particular. Mas, pelo andar da carruagem suspeito que há muito caminho a percorrer pelos políticos quanto à aceitação dos que pretendem apenas exercer cidadania...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

"Santana Lopes não será candidato do PSD à Figueira da Foz"

 Via OBSERVADOR


Para ler melhor, clicar na imagem

Grande presidente: até a pedir ajuda consegue inovar...

"Os tempos não têm sido fáceis para muitos, para nós também não. Na esperança de que, muitos, ainda encontrem um espaço para nos ajudar, ajudando-nos a ter melhores condições para servir toda a nossa comunidade, disponibilizamos um mecanismo facilitado. Que façam o que podem, porque nós, por todos, fazemos, sempre, mais do que podemos. Obrigado, muito obrigado a todos, pelos esperados apoios."

Imagem via Diário as Beiras

Aquisição de serviços para alterações ao Projeto da Ponte sobre o Rio Mondego – Rota Eurovelo

Daqui

Erosão a sul Quinto Molhe: deixem-se de politiquices e exijam mas é soluções políticas aos políticos e técnicas aos engenheiros, pois elas existem...

Na edição de hoje do Diário de Coimbra vem a seguinte notícia:

Ser da Aldeia



Ser da Aldeia é ser cordato, de brandos e bons costumes. Arranjar uma boa discussão por causa de futebol. É eleger sempre os mesmos. É ser revoltado. É ter um copo de tinto cheio na mão e já estar a fazer contas de cabeça para ver se tem  trocos que cheguem para mais uma rodada. É sentir orgulho em ser da Aldeia, apesar de viver com um nó na garganta por causa dos problemas que continuam por resolver. É viver uma vida a  apertar o cinto, mas quando se senta não ter problemas em poder ficar com o rego à mostra. É criticar o que se passa na Aldeia, mas ai de quem diga mal da Aldeia e não seja Aldeão. 

Ser da Aldeia é não ser bairrista por ambição, calculismo ou conveniência, mas sentir os olhos aguados ao ver e ouvir os videos como os que estão publicados acima. É torcer pelo Cova-Gala. Gritar, mesmo que este grupo desportivo, sendo o Clube da Aldeia, nunca  consiga ganhar muito. É gritar pelo Grupo Desportivo Cova-Gala, só pelo orgulho de se ser da Aldeia.

Ser da Aldeia, é ir pedir um ovo ao vizinho e ficar lá uma hora a palrar. É falar alto onde estiver sem dar conta. É  ter o melhor blogguer do concelho, não gostar muito dele, até ele ser alvo de alguma malfeitora feita por alguém de fora. É ter sangue quente na guelra, mas  ainda continuar arrefecido pelos medos vindos da ditadura. É comer uma sardinha assada no quintal, em cima de um pedaço de broa e beber um tinto por um copo cheio directamente do garrafão, com mais gosto e satisfação do que ir ao restaurante.

Ser da Aldeia,  é ter orgulho em sê-lo, mesmo quando se diz o contrário. É ter saudades, quando se está fora, do rio, do mar, da praia, do sol, da comida da avó, da conversa no café e do convívio na esplanada com os amigos. É ter saudades e esquecer. É ser-se nostálgico e ter-se a amnésia selectiva suficiente para, de 4 em 4 anos, esquecer-se que está tudo na mesma, ou pior.

Ser da Aldeia, é ter capacidade de se desenrascar. É estar disponível para ajudar quem vem de fora. É saber que os melhores tiveram de sair, porque é lá fora que se valoriza quem faz melhor. É ter o mar no horizonte e descobrir, sonhar e inventar. É dar valor ao advogado e ao doutor, porque acha que são mais importantes do que ser cozinheiro ou pescador, embora aprecie mais uma caldeirada feita com um bom peixe, do que os tribunais e hospitais.

Ser da Aldeia, é ser pessimista quando as coisas estão mais ou menos, mas optimista quando estão a descambar. É ser humano e por isso ser incoerente. É ser analfabeto, mas ter a experiência de vida suficiente para saber mais que doutores e engenheiros.  É tudo valer a pena porque a nossa alma não é pequena. É ter uma alma grande mas não ter posses para a manter. É acreditar nos políticos. É duvidar de tudo o que se lê...

Ser da Aldeia, é não consentir viver amordaçado, mas de cara limpa e de peito levantado.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"A obra é da APA. O problema foi causada pela tempestade Elsa"...

A depressão Elsa aconteceu em meados de Dezembro de 2019!..
Entretanto, passaram mais de 14 meses. 
Agora, "o colapso das comportas de Maria da Mata e do Alvo, perto da estação de bombagem das celuloses, no Alqueidão, representa um problema cada vez mais grave. Quem o diz é a Associação de Beneficiários da Obra de Fomento Hidroagrícola do Baixo Mondego, que alerta para a necessidade de uma atenção urgente à situação, uma vez que se correm sérios riscos de os terrenos ficarem impraticáveis para a actividade agrícola."  
No meu tempo de jovem perguntaria: "óh Elsa, vais presa?".
"Não. Vou dormir com o chefe", dir-me-ia ela...

A esperança e tudo o resto...

Foto Pedro Agostinho Cruz

Ninguém, nem que tivesse a imaginação mais fértil, conseguiria prever que viveríamos os meses do pesadelo porque ainda (e não se sabe até quando...) estamos a passar. 
O certo, porém,  é que estes meses recentes, fazem parte da nossa história de vida. O presente, não pode ser vivido sem que nos recordemos deste passado recente que continua actual: esta epidemia pode ser comparada a uma “maré cheia”, como a que a brutal e espectacular foto do Pedro Agostinho Cruz, tirada a sul do Quinto Molhe há uns anos, mostra.
As ondas estão estragar e a inundar espaços que deveriam estar a salvo. 
Quando a onda recuou, deixou as mazelas ainda mais visíveis na duna da praia. 
Para conseguir olhar os destroços que restam, precisaremos de apelar à sabedoria e a toda a resiliência, pois, para muitos, continua a existir a tentação de fingir que nada está a acontecer, não só nos últimos meses, mas há muitos anos.
Não podemos encarar o futuro sem preocupações. 
A ideia do “regresso à normalidade”, contudo, é uma aspiração legítima.
Porém, não podemos ser ingénuos, tanto a enfrentar a "pandemia", como a situação que a foto mostra.
Diz o povo: a esperança é a última coisa a morrer. 
Sendo a assim, é uma grande responsabilidade para a esperança: é ela que tem de manter viva a chama de tudo o resto.

A Linha do Oeste, troço entre Torres Vedras e Figueira da Foz, um exemplo acabado de gestão de propaganda política: "foi-se a ver e nada"...

Recordo uma notícia do Campeão das Províncias, de 12 de Dezembro de 2019.
«Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, defendeu a electrificação da Linha do Oeste, que liga Figueira da Foz a Lisboa, indo ao encontro de uma reivindicação de Carlos Monteiro, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
No decorrer da sessão de tomada de posse dos novos órgão sociais da Associação Comercial e Industrial (ACIFF), o presidente da autarquia pediu o “apoio” de Ana Abrunhosa para desenvolver vários projectos que considera “determinantes” para o concelho, incluindo a electrificação da Linha do Oeste até à Figueira da Foz.
Outros projectos são a ampliação da zona industrial da Gala, localizada a Sul do rio Mondego, a criação de um aeroporto na região Centro, “se possível em Monte Real”, e melhoramentos nos portos comerciais e de pesca locais.
Ana Abrunhosa afirmou rever-se em todos os projectos indicados, assumindo que “a electrificação da Linha do Oeste é absolutamente vital para a competitividade das empresas”.
“Tenho a certeza absoluta que é um projecto prioritário” para o ministro Pedro Nuno Santos, que tutela os investimentos nas infraestruturas ferroviárias.»
Nesta altura, Dezembro de 2019, já se sabia que a Linha do Oeste ia ser modernizada... Mas, entre Sintra e Torres Vedras... A empreitada ia desenvolver-se ao longo de 43 quilómetros da via no troço entre as estações de Mira Sintra/Meleças (Sintra) e Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
Mais uma vez, o troço Torres Vedras/Figueira da Foz ficou esquecido. Retirando a propaganda política que foi feita ao longo dos anos, nada de novo agora em 2021: "Plano de Recuperação e Resiliência deixa de fora Hospital do Oeste, IC11 e Linha do Oeste"...
Ao longo dos anos, algumas câmaras municipais ainda foram reclamando. Em Janeiro do ano passado, as Câmaras de Alcobaça e Nazaré exigiam ao Governo modernização da Linha do Oeste
O assunto, por iniciativa do PSD, vai ser abordado na próxima Assembleia Municipal que se realiza na sexta-feira. A Câmara Municipal da Figueira da Foz, não pode alegar que foi apanhada desprevenida. 

E se a melhor amiga da natureza fosse a cultura?

"Garantido bypass móvel para a Praia da Cova: APA entra com 700 mil euros e a autarquia com 150 mil. A empresa Administração do Porto da Figueira da Foz, fornece a areia das dragagens"

Na passada quarta-feira, dia 20 de janeiro de 2021, o Diário as Beiras trazia mais uma promessa da APA.

Hoje, o mesmo jornal informa que "a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Câmara da Figueira da Foz e a administração portuária vão assinar um protocolo para a projeção direta de areias para a praia situada a sul do quinto molhe, na Cova." 
Como se pode ler na imagem acima, em Janeiro o Diário as Beiras já tinha adiantado que "este sistema consiste num tubo com um quilómetro de comprimento e 60 centímetros de diâmetro ligado à embarcação que faz dragagens na barra e no canal de navegação do porto comercial." 
Segundo Carlos Monteiro, também via Diário as Beiras, ficámos a saber que "a APA entra com 700 mil euros e a autarquia com 150 mil. A empresa Administração do Porto da Figueira da Foz, por seu lado, fornece a areia das dragagens." 
Como igualmente também já tinha dito em Janeiro, o autarca afiançou que "se o sistema funcionar como preveem os técnicos será utilizado noutras zonas do concelho com problemas de erosão costeira, ou seja, na Leirosa, Costa de Lavos e outras praias de São Pedro."
Carlos Monteiro disse ainda, "que o sistema de projeção de areias para a referida praia deverá começar a funcionar antes de junho"

O futuro do concelho passa pelas novas gerações, mas....



Uma política que tenha como finalidade valorizar a juventude, passa por promover o emprego, tendo em conta o desenvolvimento científico, cultural e desportivo, visando proporcinar às novas gerações condições de sucesso na construção do futuro.
Só criando condições para que os jovens possam somar conhecimentos e desenvolver aptidões, se pode ambicionar um futuro promissor para a Figueira da Foz.
Isto, porém, é o contrário do que está a acontecer. É, também, o oposto do cultivo da bajulice e da subsidiodependência e do dar emprego aos jovens das jotas do partido no poder em lugares de avençados. 
Pensar na juventude figueirense, passa por criar condições para os jovens serem livres, competentes, criativos, independentes e qualificados.
Mas, isso passa por muito estudo e muito trabalho. Só assim, teremos futuro, cidadãos livres e sem dependências: o oposto daquilo a que temos assistido nos últimos 30 anos, pelo menos, na nossa Terra.
Na Figueira, não há, nem vai haver, se isto não mudar em Outubro próximo, uma política para a juventude. Não há, nem vai haver, porque o dinheiro é gasto em carnavais, em bazófia e em propaganda.
O futuro, todos o sabemos, pois os tempos não estão fáceis, vai ser cortar, cortar e cortar no orçamento municipal.
Quem acredita que os actuais políticos na Figueira da Foz tem coragem, arrojo e ousadia para promover políticas que visem a promoção de uma juventude responsável e livre? 
Estes políticos, para se manterem no poder, precisam de gente subserviente. 
É por isso que, para a classe política no poder, o fundamental é promover o clientelismo político em todos os escalões etários - em especial na juventude.
A mudança, em Outubro próximo, tem de passar por outra maneira de olhar para a juventude. 
Não para lhes “orientar” o sentido de voto nas autárquicas. Os políticos têm de olhar para os jovens como um activo a promover e não como um alvo a cativar, apenas porque potencailmente constituem um rebanho com tendência para se tresmalhar...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

PSD quer requalificação da Linha do Oeste incluída no PRR


"Turismo do Centro lamenta PRR que apenas servirá para gerir verbas comunitárias"


“Estamos perante um PRR de um Governo à defesa, quando devíamos ter um PRR de um Governo em contra-ataque”
, disse Pedro Machado à agência Lusa.
Na sua opinião, o PRR que está em consulta pública será “pura e simplesmente para gerir o dinheiro que vem para fazer face à recuperação do aparelho do Estado nas suas mais diversas áreas”, como mobilidade, transição digital, serviços continuados e de saúde.
“Não estamos a apostar na captação de novos investimentos e naquilo que deveria ser a reconversão de muitos modelos de negócio”.

OBRAS DA BAIXA: depois de resolvido o problema da "falta de pedra", o município "está disponível para encontrar uma indemnização justa para os comerciantes"...

 Via Diário as Beiras

Plano de Recuperação e Resiliência deixa de fora Hospital do Oeste, IC11 e Linha do Oeste

"O PRR - Plano de Recuperação e Resiliência não inclui nenhuma das grandes obras acalentadas pela região Oeste. O documento do Governo que está em discussão pública e que prevê o investimento no país de 14 mil milhões de euros em subvenções até 2026, deixou de fora o novo Hospital do Oeste, as obras de requalificação da Linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz e a construção do troço do IC11 entre Peniche - Lourinhã - Torres Vedras. Uma situação que causou surpresa aos autarcas oestinos e o ALVORADA sabe que este assunto irá ser abordado na próxima reunião do Conselho Intermunicipal da OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste, que decorrerá esta quinta-feira nas Caldas da Rainha com a participação dos autarcas dos 12 concelhos. Ponto assente é que vai ser apresentado um documento na fase de discussão pública do PRR, onde a OesteCIM irá procurar justificar a necessidade de estarem previstos investimentos para a região Oeste."

Consulta pública PRR

 Via SOS CABEDELO

Ele anda por aí o velho "tempo novo": agora no facebook...

Via jornal Diário as Beiras
"Santana Lopes, nas últimas semanas, tem escrito diversas publicações no Facebook sobre momentos marcantes do seu mandato na presidência da Câmara Figueira da Foz (1997-2001), sob o genérico “Então vamos lá a isso”, que santanistas figueirenses partilham na mesma rede social. Num dos mais recentes textos publicados, o antigo autarca e primeiro-ministro do PSD defende que quem quiser ser candidato tem de garantir já que se demite dos cargos públicos.
“Quem quiser ser candidato – e se já está aprovado – tem de garantir que se demite já de cargos públicos que exerça. Como eu fiz com a Santa Casa. Se não o fizer, demonstra medo de perder”, defende Santana Lopes na sua publicação no Facebook. A “indireta” pode ser dirigida a Pedro Machado, o nome indicado e defendido pela Concelhia da Figueira da Foz do PSD para liderar a lista do partido à câmara nas próximas Eleições Autárquicas."
Fim de citação.

Como temos tido conhecimento através da imprensa, o nome de Santana Lopes tem sido apontado como putativo candidato apoiado pelo PSD a diversas autarquias – Figueira da Foz, Coimbra, Sintra, Lisboa ou até ao Seixal, uma câmara do distrito de Setúbal.
Tudo isso são notícias que vão aparecendo, cujas fontes não são conhecidas. 
Aliás, creio que ninguém pode garantir se o ex-PSD Santana Lopes e fundador do partido Aliança, do qual entretanto já se desvinculou, está verdadeiraente interesado em ser candidato autárquico, ou se está a resguardar-se para as presidenciais de 2026.
Nota-se a falta de "ideias". Se Santana tivesse algo mais do que garganta, não se andava a arrastar numa penosa agonia política, que já dura há anos, o que é próprio de políticos menores com falta de imaginação.
Mas o mais interessante nesta notícia do Diário as Beiras, por ser  habitual e repetitivo em Santana Lopes, não é sequer o timing ou o conteúdo das mensagens citadas do facebook: é a forma como ele próprio  se enquadra e enquadra terceiros
Ao escrever,  “quem quiser ser candidato – e se já está aprovado – tem de garantir que se demite já de cargos públicos que exerça. Como eu fiz com a Santa Casa. Se não o fizer, demonstra medo de perder”,   Santana visa passar um atestado de menoridade política ao possível candidato à Câmara da Figueira, Pedro Machado, ao mesmo tempo que  mostra implicitamente que, apesar de ainda não ser candidato, se considera desde já num patamar muito superior ao Pedro Machado.
"Santana Lopes  foi  o protótipo do político populista." Como previa Ana Sá Lopes em Janeiro de 2005 no jornal Público, "o fim político de Santana Lopes - que diariamente agoniza aos nossos olhos - está a ser uma tragédia: o homem está a morrer no circo, ao estilo de sacrifício romano. Já nada lhe resta."

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O cordão dunar entre Barra e Costa Nova está a ser estabelizado

 

Figueira!..

Se a vacuidade pagasse imposto, a Figueira era um dos concelhos mais ricos de Portugal. 
Quiçá, do Mundo.

Não é grande coisa prós velhos...
Não é nada de especial prós novos (que devem zarpar daqui logo que seja possível)...
Não serve para parir desde 4 de Novembro de 2006...

Porém, o que não é coisa pouca nem despicienda, há carnaval todo o ano...
Toda essa grande paródia tem permitido que a malta ande (andava, a pandemia atrapalhou um pouco...) animada e contente...
As sondagens eleitorais são inequívocas e os resultados das eleições são sempre ainda melhores... 

Bem hajam.
Os apoaintes. 
E, sobretudo, os não votantes.
O figueirense, na sua esmagadora maioria, é mesmo um cidadão especial: nunca se farta das mesmas formulações e das promessas perenes de vacuidade política...

Imagem: daqui
Texto da imagem: daqui

Quinto Molhe: deixem-se de politiquices e exijam mas é soluções políticas aos políticos e técnicas aos engenheiros

 Via Diário de Coimbra

PARA LER MELHOR CLICAR NA IMAGEM.
Como andamos para aqui a alertar há quse 15 anos, o problema é sério e não se compadece com politiquices. Venham de onde vierem. Basta de demagogia política, venham soluções.
Deixo uma sugestão, aliás, conhecida dos técnicos, há muito...

As visitas dos políticos em anos eleitorais...

Como podem ver, clicando aqui, o Quinto Molhe está "IMPRESSIONANTE"...
Acabei de saber pelo Diário as Beiras, edição de hoje, que o deputado do PSD, eleito por Coimbra, Paulo Leitão, se deslocou à Praia da Leirosa, tendo na agenda da “visita de trabalho” o avanço do mar e os riscos da erosão costeira para a população. 
Ao senhor deputado Paulo Leitão, na qualidade de habitante de uma freguesia das mais afectadas pela erosão costeira, dado que o que está em causa e em risco, é a segurança de pessoas e bens, como já fiz noutras ocasiões a outros políticos, apenas o quero alertar para o seguinte:  o momento não está para politiquices. A erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério...

Recordo o meu saudoso Amigo e Mestre nestas coisas de entender o mar, Manuel Luís Pata: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa, deputado PSD - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas"é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".

Como se optou por defender o acrescento do molhe norte - e nisso o seu partido o PSD tem muitas culpas: Duarte Silva, então presidente da câmara foi um acérrimo defensor desta aberração - passados estes anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra"

Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia a norte, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira"
E não foi por falta de avisos que foram cometidos tantos erros de planeamento territorial e urbanístico na na Figueira da Foz.

Voltando ao saudoso Mestre  Manuel Luís Pata, uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte que os decisores políticos não ouviram, como ele aliás, sabia. 
Um dia, já distante, em finais de janeiro de 2008,  confessou-me: "ninguém ouve".
Recordo, também, algumas frases de Pinheiro Marques numa entrevista dada à Voz da Figueira em 26 de Novembro de 2008 : “os litorais da Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa vão sofrer uma erosão costeira muitíssimo maior, com o mar a ameaçar as casas das pessoas e o próprio Hospital Distrital.
Devido à orientação obliqua do molhe norte, os barcos pequenos, as embarcações de pesca e ao iates de recreio, vão ter de se expor ao mar de través. Poderá vir a ser uma situação desastrosa para os pescadores e os iatistas e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio”.
Contra todos os alertas que apelavam ao bom senso a obra fez-s por razões políticas, pois era preciso apresentar obra. Em 2009 houve eleições e aquilo dentro do PSD Figueira era um turbilhão...

Recordo ainda, que não podemos esquecer o dia 11 de abril de 2008, uma sexta-feira.
Apesar dos vários alertas feitos em devido tempo, o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
Cerca de 12 anos depois de concluída a obra, a barra, para os barcos de pesca que a demandam está pior que nunca e a erosão, a sul, está descontrolada, como certamente o senhor deputado teve oportunidade de ver no périplo que realizou. 
Neste momento, pode dizer-se, sem ponta de demagogia, que o mar está a “engolir” sistema dunar em S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa.

Senhor deputado do PSD, eleito por Coimbra, Paulo Leitão: espero que a sua visita seja um contributo efectivo para a resolução de um problema, que é grave e preocupa milhares de pessoas.
O senhor, como deputado da nação, sabe melhor do eu, que o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental. A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da CovaPor vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Escrevi o que está acima a itálico, em 11 de Dezembro de 2006. Está mais actual do que nunca. Bastaria ter-se deslocado um pouco a norte da zona do Quinto Molhe: ao Cabedelo.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Quinto Molhe: a erosão vista do céu...

O mar está a invadir a freguesia de S. Pedro. Mas, esta desgraça está a acontecer já há muitos anos.
Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase 15 anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da freguesia de S. Pedro, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade. 
Continua a ser... Cada vez mais.


Gestão dos dinheiros públicos: passadeiras entre as praias do Hospital e do Cabedelo...

As fotos falam por si...
Uma foto de hoje

Uma foto de Abril de 2006

Uma foto de Janeiro de 2013 

Tudo bem, tirando um "pequeno problema com a poluição"..

Via Diário de Coimbra

ALERTA COSTEIRO...

Foto via PEDRO AGOSTINHO CRUZ

Recordar Joaquim Namorado...

Via REVISTA EXPRESSO

Joaquim Namorado, «o poeta incómodo» viveu entre 1914 e 1986. 
Nasceu em Alter do Chão, Alentejo, em 30 de Junho. 
No concelho da Figueira – considerava-se um figueirense de coração e de acção – chegou a ser membro da Assembleia Municipal, eleito pela APU. 
Teve uma modesta residência na vertente sul da Serra da Boa Viagem. Essa casa serviu de local para reuniões preparatórias da fundação do jornal Barca Nova. Muito mais poderia ser dito para recordar Joaquim Namorado. 
Para mim, basta ter sido um Cidadão com quem muito aprendi, que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada á total defesa dos interesses do Povo. 
Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal Barca Nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa. 
Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, durante anos, teve um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional. Santana Lopes, quando passou pela Figueira, como Presidente de Câmara, decidiu acabar com o “Prémio do Conto Joaquim Namorado”.
Foi também decidido em reunião camarária realizada em 1983 que o seu nome passaria a constar da toponímia da cidade, o que nunca aconteceu, vá lá saber-se porquê!..