"A
escala do cruzeiro “Corinthian” despoletou
um debate importante.
Independentemente da capacidade do concelho poder
atrair ou não aquele tipo de
cruzeiros (não depende apenas de nós), este é um tipo de
turismo que se enquadra nas
potencialidades do concelho.
No entanto, se quisermos ter
a ambição de atrair este tipo
de turismo, há duas questões
que temos forçosamente que
resolver.
A primeira é melhorar as
condições do Porto da Figueira. Um cruzeiro requer um
terminal condigno, com apresentação, condições logísticas
(água, energia, conectividade,
serviços de manutenção, etc.)
e transportes que não destoe
do nível de turismo que oferece o próprio cruzeiro.
A segunda é tornar operacionais os circuitos históricos
e culturais do concelho, em
articulação com a região. São
essas particularidades que
colocam uma cidade no mapa
e não as obras efémeras e as
celebridades duvidosas que
deixaram um rasto de dívidas
na cidade. O que é particular
e valorizado lá fora é a Arte
Nova tardia do Bairro Novo, o
sistema de muralhas defensivas da Figueira, o circuito
de mosteiros cistercienses,
que deveria integrar Santa
Maria de Seiça, as salinas e
a gastronomia baseada no
pescado."
Em tempo.
Esta crónica de Rui Curado da Silva,foi publicada hoje no jornal AS BEIRAS.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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