O português é assim: só sabe chorar sobre o leite derramado.
Fazer aquilo que deve, em tempo útil, não é com ele...
Está sempre à espera que outros o façam.
Já agora: atenção às eleições que aí vêm. E atenção às alternativas políticas...
A palavra democracia, apesar do acordo ortográfico, ainda quer dizer o mesmo: "o dia inicial inteiro e limpo", que chegou num dia de Abril, numa primavera de 1974, onde os pássaros cantaram cantigas sorridentes.
Neste momento, a democracia anda escondida num sítio medonho, por um governo vestido com a cor da democracia, que leva mais de 3 anos a legislar tristezas que a Constituição tem rejeitado...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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