Da comemoração do Dia do Trabalhador na Figueira da Foz, recordo o 1 de Maio de 1974 - o mais memorável dia do trabalhador da história figueirense que eu vivi.
O povo desceu à rua para celebrar a Liberdade.
As fotos dão conta da adesão em massa da população do concelho aos festejos.
Tal como na nossa cidade, o primeiro 1.º de Maio, depois do 25 de Abril, levou milhões de portugueses às ruas.
Celebravam a liberdade e uma mudança económica e social que, afinal, nunca se concretizou.
Esses milhões de portugueses - figueirenses incluídos - foram os verdadeiros protagonistas do primeiro 1.º de Maio em Liberdade vivido pela minha geração.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
Comemoremos 1º de Maio com o CORO DA PRIMAVERA - José Afonso
"Venha a maré cheia / Duma ideia / Pra nos empurrar / Só um pensamento / No momento / Pra nos despertar "
https://youtu.be/fSyg_dETC-Q
Celebrar o Dia Mundial do Trabalhador é, para o pensamento dominante, um anacronismo: até porque já não há trabalhadores, há somente colaboradores. Certamente que, por determinação superior, o 1.º de Maio passará em breve a ser designado como o Dia Mundial do Colaborador.
A médio prazo, quando a realidade estiver um pouco mais madura, tentar-se-á que a designação passe a ser a de Dia Mundial do Colaboracionista...
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