"A medida mais importante é apoiar quem realmente precisa. Isso faz-se ouvindo as pessoas e empresas mais afetadas. Faz-se também percebendo quem pode ajudar mais do que tem feito até agora. Há grandes empresas cujo contributo social está muito aquém do desejável. Há também projetos municipais descabidos, cujo benefício é muitíssimo questionável e que deveriam ser abandonados (por exemplo, o investimento previsto para o “jardim e o coreto”, mais de 1 milhão de Euros) em prol do financiamento da economia real e apoio social aos que estão a precisar dele. Como já escrevi neste espaço, falta diálogo entre as várias forças vivas do concelho, precisa-se agora mais do nunca de entendimento e estratégias consensuais de desenvolvimento. Económica- e socialmente temos que entrar num modelo mais colaborativo, onde prevaleçam critérios ambientais, a empregabilidade e onde o desempenho seja medido pela saúde e qualidade de vida da população. É ainda fundamental transmitir confiança às pessoas para que possam voltar aos espaços comerciais, aos restaurantes e à sua vida “normal”. Haverá que auscultar intensamente o setor mais afetado, a restauração e turismo. Definir formas criativas de apoio direto, e também de promover o uso dos espaços ao ar livre de uma forma inovadora e apelativa. Existe um enorme potencial de rever a organização do território, e a mobilidade, em torno da ideia de usufruto do “ar exterior” em oposição ao “confinamento do espaço fechado e mais poluído”. Há uma dimensão ambiental no pósCOVID19 a explorar: mudar de hábitos, levar as pessoas a andar mais a pé e a vivenciar os espaços abertos. Estes são sempre mais seguros do ponto de vista sanitário. Este é um trabalho disruptivo que exige mentes abertas e criativas capazes de fugir aos velhos paradigmas pelas quais se rege o atual modus operandi da sociedade e das instituições com poder para melhorar a situação económica."
Via Diário as Beiras
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