"O Covid-19 realmente mudou tudo e do dia para a noite! A forma como vivemos, como trabalhamos e com quem convivemos!
Este vírus afetou, inclusivamente, algumas interações sociais que tomávamos como garantidas, como por exemplo abraçar um amigo. Pois a mera imagem deste gesto, anteriormente tão corriqueiro, faz-nos agora recuar e pensar instintivamente que não o devemos fazer. Talvez esta situação melhore com o tempo, acredito que iremos começar a ter mais vida social, a frequentar restaurantes, cafés e bares, mas julgo que demorará mais tempo a restaurar a confiança relativa à nossa intimidade.
Os hábitos sociais têm mudado muito ao longo dos anos, temo-nos tornado mais fechados, mais isolados. É raro vermos 3 gerações da família a viverem juntas, como era normal no passado. A generosidade e a partilha com os outros, daquilo que consideramos nosso, têm reduzido.
Recordando a minha infância, nos anos 80, não era necessário haver um convite para os amigos e familiares aparecerem lá em casa, o jantar muitas vezes esticava para mais um ou dois. Aliás, o normal era as portas das casas estarem abertas. Os vizinhos entravam, para pedir um ovo e tagarelar, as crianças circulavam de umas casas para as outras ou andavam aos magotes nas ruas e nas praças.
Temo que a situação atual vá agudizar ainda mais a postura algo egoísta da nossa sociedade. Especialmente na relação com os mais velhos, podendo gerar um ainda maior afastamento e desprendimento! Pois, este isolamento social tem sido tóxico para os nossos pais e avós que se veem impedidos de estar com os seus familiares e amigos, sem saber quando o poderão fazer novamente!
Este medo de contaminar a parte mais velha da população, que hoje sabemos ser a mais vulnerável, poderá ter graves consequências, em particular nas relações humanas mais valiosas, como entre avós e netos.
Pessoalmente, a minha casa continua e continuará sempre aberta aos amigos e familiares e, apesar do atual distanciamento físico obrigatório em relação aos mais velhos, tento, por enquanto, encurtá-lo ao mínimo indispensável, substituindo o beijo e o abraço pela presença do sorriso e do olhar, e, no futuro, compensar em dobro!"
Este vírus afetou, inclusivamente, algumas interações sociais que tomávamos como garantidas, como por exemplo abraçar um amigo. Pois a mera imagem deste gesto, anteriormente tão corriqueiro, faz-nos agora recuar e pensar instintivamente que não o devemos fazer. Talvez esta situação melhore com o tempo, acredito que iremos começar a ter mais vida social, a frequentar restaurantes, cafés e bares, mas julgo que demorará mais tempo a restaurar a confiança relativa à nossa intimidade.
Os hábitos sociais têm mudado muito ao longo dos anos, temo-nos tornado mais fechados, mais isolados. É raro vermos 3 gerações da família a viverem juntas, como era normal no passado. A generosidade e a partilha com os outros, daquilo que consideramos nosso, têm reduzido.
Recordando a minha infância, nos anos 80, não era necessário haver um convite para os amigos e familiares aparecerem lá em casa, o jantar muitas vezes esticava para mais um ou dois. Aliás, o normal era as portas das casas estarem abertas. Os vizinhos entravam, para pedir um ovo e tagarelar, as crianças circulavam de umas casas para as outras ou andavam aos magotes nas ruas e nas praças.
Temo que a situação atual vá agudizar ainda mais a postura algo egoísta da nossa sociedade. Especialmente na relação com os mais velhos, podendo gerar um ainda maior afastamento e desprendimento! Pois, este isolamento social tem sido tóxico para os nossos pais e avós que se veem impedidos de estar com os seus familiares e amigos, sem saber quando o poderão fazer novamente!
Este medo de contaminar a parte mais velha da população, que hoje sabemos ser a mais vulnerável, poderá ter graves consequências, em particular nas relações humanas mais valiosas, como entre avós e netos.
Pessoalmente, a minha casa continua e continuará sempre aberta aos amigos e familiares e, apesar do atual distanciamento físico obrigatório em relação aos mais velhos, tento, por enquanto, encurtá-lo ao mínimo indispensável, substituindo o beijo e o abraço pela presença do sorriso e do olhar, e, no futuro, compensar em dobro!"
Via Diário as Beiras
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