Maiorca possui uma história singular: foi sede de concelho até 1853 e a ligação ao Baixo Mondego é parte integrante da sua identidade coletiva e é neste ponto que eu considero que se deva fazer um pouco mais.
Do meu ponto de vista, o Paço de Maiorca poderia ser aproveitado para criação de um centro interpretativo do Baixo Mondego. Uma região com uma história milenar e que tem sido palco permanente da luta do ser humano para controlar as forças da natureza. Aliás, uma obra que ainda este ano foi desafiada novamente pelas intempéries. Seria, sem dúvida, interessante ter um espaço de aprendizagem no nosso concelho para preservar aquilo que foi o quotidiano das populações do Baixo Mondego.
A situação a que o Paço de Maiorca chegou é resultado de políticas superficiais, feitas em cima do joelho ( 15 dias antes das eleições autárquicas de 2009 ) e que não tinham em conta os interesses financeiros da autarquia a longo prazo. A PPP desastrosa que foi feita para a reabilitação daquele espaço, vai exatamente de encontro ao estereótipo que a esquerda portuguesa costuma apontar a estas opções: os lucros ficam para os privados e as perdas para o Estado. Situação que seria impossível de suportar a curto prazo para um Município que se tinha contraído recentemente um empréstimo de 30 milhões de euros para fazer face a dívidas superiores a 60 milhões de euros.
Infelizmente, este passo maior que a perna levou a que a Câmara fosse condenada a ressarcir os privados com um valor avultado. Considero que o primeiro executivo de João Ataíde tomou a decisão certa, uma vez que seria praticamente impossível fazer face às obrigações financeiras da Câmara, e em paralelo suportar as perdas de uma exploração privada, com a agravante de estarmos a viver uma crise económica e social bastante desafiadora."
Via Diário as Beiras
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