Foi em pleno Outono de 2017, a 8 de Novembro, na Nazaré que Rodrigo Koxa, um surfista brasileiro de São Paulo, entrou no mar na Nazaré, sem saber que meses mais tarde estaria nas bocas do mundo por surfar a maior onda do ano. O prémio foi anunciado no sábado, pela Liga Mundial de Surf (World Surf League, em inglês, ou WSL), numa cerimónia na Califórnia. Não foi só a maior onda de 2017. Foi também a maior de sempre a ser surfada. O recorde mundial muda assim de mãos. O que se mantém constante é local: Praia do Norte, Nazaré. Portugal.
A foto é do fotojornalista Pedro Agostinho Cruz.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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