Vou citar o Dr. Carlos Tenreiro.
"Em boa hora Brenha foi relembrada e convocada para o palco das referidas comemorações.
A exemplo do que foi feito em relação à freguesia de Buarcos e S.Julião, também a Assembleia de Freguesia de Alhadas podia tomar a iniciativa de integrar Brenha na sua denominação como forma de perpetuar o nome daquela extinta freguesia. Fica aqui a sugestão."
Será que o vereador Dr. Carlos Tenreiro, neste assunto que envolve algum melindre para os Partidos, ainda se lembra daquilo que aconteceu em 2012?
Recorde-se: Miguel Almeida, com a colaboração do Movimento 100% e o alheamento do PS, impôs às freguesias figueirenses, não uma reforma político-administrativa, mas, apenas um conjunto de alterações avulsas, coercivas e apressadamente gizadas, feitas à medida do chamado plano de reajustamento, ou Memorando de Entendimento (ME), celebrado pelo estado português sob a batuta do governo socialista de Sócrates com a Troika (FMI, CE e BCE), e com o acordo do PSD e CDS-PP.
Não sou defensor de que tudo, nomeadamente no que concerne às organizações humanas, é eterno.
Daí, encarar como perfeitamente natural reformas dos sistemas político-administrativos. Contudo, essas reformas têm de assentar em estudos fundamentados e tendo em conta a realidade.
Reformas político-administrativas coerentes e sérias, só se justificam quando ocorrem três condições fundamentais: necessidade comprovada de reforma (através do resultado de trabalhos científicos, do debate e acção política e de comparações/imposições internacionais), existência de tempo e de recursos para promover a reforma mais adequada às circunstâncias e, finalmente, vontade de promover a reforma por uma via democrática no referencial constitucional em vigor.
Em 2012, creio que não será estultícia apontar, que não se verificou nenhuma das três condições formuladas (salvo a imposição da Troika, que não é coisa pouca).
Aceito que há sempre o momento para pormos em causa tudo o que até aqui fizemos.
Uma altura para fazermos um balanço, de preferência, o mais desapaixonadamente possível.
Ponderar tudo que ocorreu, para sabermos como estamos e como aqui chegámos.
Não falo de arrependimentos, mas de olhar a vida de frente.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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