Dos homens ignoras
A índole errante?
Quem é muito amado
Não é muito amante.
Manuel Maria de Barbosa du Bocage, nasceu em Setúbal a 15 de Setembro de 1765.
É um dos maiores Poetas da Liberdade e do Amor que nasceram em Portugal.
Com a sua poesia de intervenção social, Bocage provocava as autoridades dominantes, sobretudo a religiosa, clamando pela Liberdade.
Bocage deixou uma obra onde transparece a emotividade e uma formação clássica, mas que se liberta deixando antever o estilo romântico que dominará Portugal no século XIX.
A sua rebeldia, quer de hábitos, quer de escrita, granjeiam a Bocage a ira dos seus pares e também de Pina Manique, o Intendente da policia e repressor das ideias contrárias ao sistema político, que o manda prender.
A prisão, as contrariedades, mas sobretudo a boémia e as tertúlias intelectuais, amadureceram o poeta e a sua obra.
Ingressou no exército e depois na marinha, partindo para o Oriente, mas acabou por desertar da vida militar.
De regresso a Lisboa, a mulher que amava, entretanto, tinha casado com o seu irmão. Inicia então uma vida desregrada de boémia entre cafés, salões e tertúlias intelectuais. Em 1790 aderiu à Nova Arcádia, academia de oratória e poesia que pretendeu recuperar a tradição greco-latina, mas passado pouco tempo já escrevia sátiras contra os outros membros que de uma forma geral se desentenderam, levando ao fim da academia.
Bocage foi preso no Limoeiro, por ordem de Pina Manique em 1797, passou pelo calabouço da inquisição, acabando o seu período de reclusão em 1798 no Hospício das Necessidades.
Morreu em 21 de Dezembro de 1805.
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