Via página do facebook do José Vidal, tive oportunidade de ouvir o discurso do candidato António Salgueiro à Assembleia de Freguesia de São Pedro - Figueira da Foz, pelo Partido Socialista, no Clube Mocidade Covense...
Depois de escutar o candidato, que esteve ao seu nível (para oradores do seu gabarito deixo-lhe, à borla, este conselho. Discurso deve ser igual a vestido de mulher: quanto mais curto melhor...), desta vez a concorrer pelo PS, dei comigo a pensar.
Há pessoas, como eu, que têm necessidade de saber o que os políticos nos reservam para o futuro da sua Aldeia.
Que anseiam por saber o que, provavelmente, não acontecerá...
Tenho este raio de feitio. Prefiro continuar a estar. saber ver o que não vai acontecendo e fazer o que lhe resta: idealizar o futuro.
Por exemplo, gostaria de ouvir algo de concreto sobre o principal e mais importante problema da Aldeia: a erosão costeira...
Detesto o vácuo e o vazio...
Uma Aldeia onde impera o vazio, é sempre uma nota de tristeza.
Uma Aldeia existe, para acolher o diálogo...
No fundo, sou um incréu.
Portanto, até 1 de outubro ainda tenho muito tempo para pensar.
Uma coisa, para já, tenho a certeza: para mim o melhor candidato a governar a minha Aldeia nos próximos 4 anos, é aquele que apresentar na sua lista o menor número de inutilidades...
Entretanto, a vida na Aldeia prossegue alheia a tudo e todos.
Exactamente como deve ser.
As sombras estão atrás de nós porque nos dirigimos para o ponto de luz.
O passado situa-nos, mas não nos pode limitar.
Somos memória que necessita incessantemente de criar novas memórias.
Nota de rodapé.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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