Um espírito Livre, consegue olhar para perspectivas de pensamento para além das suas.
Isso é importante. Permite actualizar o que somos, reforçar o que não somos - isto é, podemos acrescentar algo a nós próprios, ou não.
Contudo, para um espírito Livre, nesta abertura ao outro, o saldo é sempre positivo.
O diálogo, para um espírito Livre, começa sempre dentro de nós.
A primeira consequência das nossas decisões recai sobre a nossa cabeça e nosso coração, que o mesmo é dizer, condiciona-nos, ou liberta-nos no nosso dia a dia...
Um espírito Livre, vive um tempo de inquietação. Tudo nos interpela.
Da literatura à política, da gestão da Aldeia, da cidade, do concelho, do País e do mundo, ou seja, em questões fundamentais um espírito Livre interroga-se: que comunidade, que País, que mundo queremos ou podemos ser?
O querer saber, a procura do conhecimento, é sempre doloroso.
Se quisermos saber quantos amigos temos, damos uma festa.
Se quisermos saber a qualidade deles, temos de ficar doentes...
Como escreve o Pedro Rodrigues neste poema:
De que te vale teres olhos
se te obrigam a ver o que querem que vejas?
De que te vale teres boca
se te mandam calar quando tens tanto para dizer?
De que te vale teres ouvidos
se tudo o que ouves são os sons das correntes?
De que vale teres nariz
se o que cheiras são as cinzas da esperança?
De que vale teres mãos
se não és tu que puxas os fios?
De que vale teres pés
se só vais aonde te mandam?
De que vale teres asas,
se estás preso numa gaiola?
Talvez voar não seja uma doença.
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