"Realizar-se-á, hoje à tarde, uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, requerida pelo PSD, para conhecer a proposta do Presidente da Câmara Municipal de revisão do PDM do concelho. Até hoje, nada se sabe, vindo da boca do seu Autor, acerca da estratégia e dos objectivos que nortearam esta sua proposta, não sabemos tão pouco qual é a Ideia que lhe dá coerência, mas constatamos que, apesar de intuindo que o Presidente da Câmara da Figueira está consciente da importância estratégica que esta Revisão do PDM tem para o futuro do concelho, teria sido preferível que tivesse tido a iniciativa de dialogar previamente com as Forças políticas, socioeconómicas, culturais, desportivas, ambientais, religiosas representativas. Não o fez, mas esta revisão do PDM não pode ser tratada apenas em gabinetes técnicos sem o conhecimento das Pessoas, não só para que não fique a sensação que o seu Autor não tem consciência da importância deste processo ou que acha que a opinião dos Figueirenses e das suas Forças representativas são dispensáveis porque ignorantes, mas para que entendamos qual é a estratégia, os objetivos e os instrumentos para a consumar, dando-lhe credibilidade. Temos até agora documentos não completos e muito pouco explícitos, omissos quanto aos efeitos sectoriais expectáveis da aplicação desta proposta de acordo com o famigerado “Plano Estratégico” – será que a definição de um Desígnio para a Figueira vai continuar à espera?"
"Como de Godot?", uma crónica de Teotónio Cavaco, deputado municipal do PSD, publicada hoje no jornal AS BEIRAS.
Nota de rodapé.
O anzol foi iscado. A linha foi lançada. Agora, é esperar que o peixe morda e fique preso ao anzol!
Este, quem é pescador sabe bem disso, é o tempo daquela espera aparentemente calma, mas cheia de adrenalina.
Malandra, mas malandra mesmo, é a pulga: espera a comida na cama...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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