Há muito que as unidades hoteleiras mais próxima do santuário de Fátima não têm capacidade de resposta para tantos visitantes, obrigando-os a alargar a pesquisa a outras regiões.
"Abençoada seja a visita do Papa!", exclama a hotelaria figueirense.
Ontem, segundo o jornal As Beiras, "a taxa de reservas rondava os 80 por cento." Contudo, Jorge Simões, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz para o turismo, confia "que se caminha para os 100 por cento de ocupação."
A visita de Francisco realiza-se em maio, um “milagre” fora de época para a hotelaria da Figueira da Foz. “Evidentemente que a vinda do Papa acaba por se reflectir nos resultados do mês, porque é algo que não acontece todos os anos”, reconhece Jorge Simões, também ele empresário do ramo hoteleiro.
E quando a procura supera a oferta, já se sabe que os preços sobem.
A taxa de ocupação, ontem, situava-se nos 80 por cento. “Em relação ao ano passado, os hotéis de quatro estrelas subiram ligeiramente os preços para a semana da Páscoa”, revelou aquele dirigente da ACIFF. Mas nada que se compare com aqueles que estão a ser praticados no RFM Somnii - O Maior Sunset de Sempre, na segunda semana de julho. Para o “Sunset”, que coincide com a época alta, restam poucos quartos livres. Aplicando a citada regra do mercado, a oferta subiu para um nível a que poucos podem ou querem aceder: há quem esteja a pedir cerca de 300 euros por quarto. “Já há poucos quartos disponíveis. Praticamente, já só se encontram no Alojamento Local”, confirmou Jorge Simões.
A hotelaria local tem capacidade para cerca de 2500 camas.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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