Uma reportagem publicada pela Revista Sábado, dá conta do optimismo do presidente da câmara e do realismo dos concessionários de praia...
Fica um resumo do trabalho, em 5 capítulos.
1. O presidente Carlos Monteiro continua a achar que o vírus é uma mais valia para o turismo da Figueira da Foz: "tudo está na normalidade. "As pessoas estão a cumprir as regras de distanciamento. Felizmente a Figueira da Foz tem este espaço todo [o areal que se estende no molhe norte do rio Mondego até Buarcos, o maior urbano da Europa, com mais de dois quilómetros de comprimento e algumas centenas de metros de largura, possui uma capacidade estimada de cerca de 25 mil pessoas], mas o apelo que faço é que frequentem praias com Bandeira Azul [há nove no concelho] ou galardão dourado porque têm excelente qualidade de água e praias vigiadas".
"Estas situações de pandemia não terminam, repetem-se, será uma situação para continuar e que nos permite reforçar a capacidade e identidade turística da Figueira da Foz", afirmou ainda o presidente.
2. Depois, o presidente destaca o investimento público feito nas praias vigiadas, "com 70 nadadores-salvadores ao longo de 30 quilómetros de costa".
3. Só que a seguir, continuando a ler a reportagem, o privado vem dizer que é ele que os paga...
«O optimismo de Carlos Monteiro face ao verão e às condições dos areais da Figueira da Foz, não parece, no entanto, encontrar eco junto dos concessionários de praia, para quem o panorama, quer face à pandemia de covid-19, quer ao tamanho do areal, afigura-se mais complicado de gerir.
Pedro Vieira, proprietário do bar Spasso, localizado no passeio da avenida marginal, um negócio direccionado a uma clientela média-alta, assume igualmente a concessão da Tamargueira mas os custos têm, em alguns dias, ficado aquém das receitas.
"Já é um desastre não termos o dinheiro dos turistas estrangeiros, vamos lá ver se teremos o dinheiro hipotético dos portugueses, os que vêm de fora, os emigrantes e os que cá estão. Se eu quiser fazer um balanço destes primeiros 20 dias de junho, a facturação que tenho tido é verdadeiramente desastrosa", revelou, situando-a em 50% face a anos anteriores.
"É desastroso porque temos responsabilidades que outros sectores da economia não têm, desde logo o pagamento de nadadores-salvadores, no meu caso são 10 mil euros a época. Eu para pagar 10 mil euros tenho de faturar 25 mil, isto é uma corrida de dois meses e eu não vendo armas nem droga, vendo é café", ironizou.»
4. Quanto ao movimento Carlos Vieira afirma que, "nesta altura, estamos a fazer um turismo de marmita. As pessoas continuam cá, mas outra coisa é se têm capacidade financeira para gastar e, aqueles que a têm, se querem gastar. Um cliente que gastava 20 euros em dois gins, hoje bebe dois cafés ou dois finos".
5. Na praia do Relógio, «o concessionário, Bruno Ribeiro, olha para o seu apoio de praia - o bar Bote - localizado "a 400 metros da avenida e a 500 da linha de água" e constata a diminuição de banhistas, ano após ano, face ao aumento do areal, que continua a crescer em largura, devido à acumulação de areias junto ao molhe norte do rio.
"Gradualmente as pessoas vão-se afastando, há ainda alguns resistentes, famílias que insistem em vir. Mas na realidade, as pessoas que conseguem vir têm de ter capacidade e vontade para fazer quase dois quilómetros [ida e volta] só para irem molhar os pés", lamentou.»
Fica um resumo do trabalho, em 5 capítulos.
Foto: Paulo Novais/LUSA |
1. O presidente Carlos Monteiro continua a achar que o vírus é uma mais valia para o turismo da Figueira da Foz: "tudo está na normalidade. "As pessoas estão a cumprir as regras de distanciamento. Felizmente a Figueira da Foz tem este espaço todo [o areal que se estende no molhe norte do rio Mondego até Buarcos, o maior urbano da Europa, com mais de dois quilómetros de comprimento e algumas centenas de metros de largura, possui uma capacidade estimada de cerca de 25 mil pessoas], mas o apelo que faço é que frequentem praias com Bandeira Azul [há nove no concelho] ou galardão dourado porque têm excelente qualidade de água e praias vigiadas".
"Estas situações de pandemia não terminam, repetem-se, será uma situação para continuar e que nos permite reforçar a capacidade e identidade turística da Figueira da Foz", afirmou ainda o presidente.
2. Depois, o presidente destaca o investimento público feito nas praias vigiadas, "com 70 nadadores-salvadores ao longo de 30 quilómetros de costa".
3. Só que a seguir, continuando a ler a reportagem, o privado vem dizer que é ele que os paga...
«O optimismo de Carlos Monteiro face ao verão e às condições dos areais da Figueira da Foz, não parece, no entanto, encontrar eco junto dos concessionários de praia, para quem o panorama, quer face à pandemia de covid-19, quer ao tamanho do areal, afigura-se mais complicado de gerir.
Pedro Vieira, proprietário do bar Spasso, localizado no passeio da avenida marginal, um negócio direccionado a uma clientela média-alta, assume igualmente a concessão da Tamargueira mas os custos têm, em alguns dias, ficado aquém das receitas.
"Já é um desastre não termos o dinheiro dos turistas estrangeiros, vamos lá ver se teremos o dinheiro hipotético dos portugueses, os que vêm de fora, os emigrantes e os que cá estão. Se eu quiser fazer um balanço destes primeiros 20 dias de junho, a facturação que tenho tido é verdadeiramente desastrosa", revelou, situando-a em 50% face a anos anteriores.
"É desastroso porque temos responsabilidades que outros sectores da economia não têm, desde logo o pagamento de nadadores-salvadores, no meu caso são 10 mil euros a época. Eu para pagar 10 mil euros tenho de faturar 25 mil, isto é uma corrida de dois meses e eu não vendo armas nem droga, vendo é café", ironizou.»
4. Quanto ao movimento Carlos Vieira afirma que, "nesta altura, estamos a fazer um turismo de marmita. As pessoas continuam cá, mas outra coisa é se têm capacidade financeira para gastar e, aqueles que a têm, se querem gastar. Um cliente que gastava 20 euros em dois gins, hoje bebe dois cafés ou dois finos".
5. Na praia do Relógio, «o concessionário, Bruno Ribeiro, olha para o seu apoio de praia - o bar Bote - localizado "a 400 metros da avenida e a 500 da linha de água" e constata a diminuição de banhistas, ano após ano, face ao aumento do areal, que continua a crescer em largura, devido à acumulação de areias junto ao molhe norte do rio.
"Gradualmente as pessoas vão-se afastando, há ainda alguns resistentes, famílias que insistem em vir. Mas na realidade, as pessoas que conseguem vir têm de ter capacidade e vontade para fazer quase dois quilómetros [ida e volta] só para irem molhar os pés", lamentou.»
1 comentário:
Caro António Agostinho:
Desconhecias que eram os concessionários que pagam aos nadadores-salvadores?
Desconheces que também pagam as pranchas, o equipamento de vestuário e todos os acessórios e todas as restantes indicações de quem manda entende que deve ser assim, para fazer a sua auto-propaganda?
Talvez seja um dos motivos porque os contratos de concessão são alargados no tempo.
Mas penso que estão a caducar em breve. E depois veremos a disponibilidade e a saúde dos mesmos.
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