domingo, 21 de junho de 2020

Abertura da época balnear na Figueira, foi feita "com poucos banhistas mas em segurança"...

Uma reportagem publicada pela Revista Sábado, dá conta do optimismo do presidente da câmara e do realismo dos concessionários de praia...
Fica um resumo do trabalho, em 5 capítulos.
Foto: Paulo Novais/LUSA

1. O presidente Carlos Monteiro continua a  achar que o vírus é uma mais valia para o turismo da Figueira da Foz: "tudo está na normalidade. "As pessoas estão a cumprir as regras de distanciamento. Felizmente a Figueira da Foz tem este espaço todo [o areal que se estende no molhe norte do rio Mondego até Buarcos, o maior urbano da Europa, com mais de dois quilómetros de comprimento e algumas centenas de metros de largura, possui uma capacidade estimada de cerca de 25 mil pessoas], mas o apelo que faço é que frequentem praias com Bandeira Azul [há nove no concelho] ou galardão dourado porque têm excelente qualidade de água e praias vigiadas".
"Estas situações de pandemia não terminam, repetem-se, será uma situação para continuar e que nos permite reforçar a capacidade e identidade turística da Figueira da Foz", afirmou ainda  o presidente.
2. Depois, o presidente destaca o investimento público feito nas praias vigiadas, "com 70 nadadores-salvadores ao longo de 30 quilómetros de costa".
3. Só que a seguir, continuando a ler a reportagem, o privado vem dizer que é ele que os paga...
«O optimismo de Carlos Monteiro face ao verão e às condições dos areais da Figueira da Foz, não parece, no entanto, encontrar eco junto dos concessionários de praia, para quem o panorama, quer face à pandemia de covid-19, quer ao tamanho do areal, afigura-se mais complicado de gerir.
Pedro Vieira, proprietário do bar Spasso, localizado no passeio da avenida marginal, um negócio direccionado a uma clientela média-alta, assume igualmente a concessão da Tamargueira mas os custos têm, em alguns dias, ficado aquém das receitas.
"Já é um desastre não termos o dinheiro dos turistas estrangeiros, vamos lá ver se teremos o dinheiro hipotético dos portugueses, os que vêm de fora, os emigrantes e os que cá estão. Se eu quiser fazer um balanço destes primeiros 20 dias de junho, a facturação que tenho tido é verdadeiramente desastrosa", revelou, situando-a em 50% face a anos anteriores.
"É desastroso porque temos responsabilidades que outros sectores da economia não têm, desde logo o pagamento de nadadores-salvadores, no meu caso são 10 mil euros a época. Eu para pagar 10 mil euros tenho de faturar 25 mil, isto é uma corrida de dois meses e eu não vendo armas nem droga, vendo é café", ironizou.»
4. Quanto ao movimento Carlos Vieira afirma que, "nesta altura, estamos a fazer um turismo de marmita. As pessoas continuam cá, mas outra coisa é se têm capacidade financeira para gastar e, aqueles que a têm, se querem gastar. Um cliente que gastava 20 euros em dois gins, hoje bebe dois cafés ou dois finos".
5. Na praia do Relógio, «o concessionário, Bruno Ribeiro, olha para o seu apoio de praia - o bar Bote - localizado "a 400 metros da avenida e a 500 da linha de água" e constata a diminuição de banhistas, ano após ano, face ao aumento do areal, que continua a crescer em largura, devido à acumulação de areias junto ao molhe norte do rio.
"Gradualmente as pessoas vão-se afastando, há ainda alguns resistentes, famílias que insistem em vir. Mas na realidade, as pessoas que conseguem vir têm de ter capacidade e vontade para fazer quase dois quilómetros [ida e volta] só para irem molhar os pés", lamentou.»

1 comentário:

Joaquim Moreira disse...

Caro António Agostinho:
Desconhecias que eram os concessionários que pagam aos nadadores-salvadores?
Desconheces que também pagam as pranchas, o equipamento de vestuário e todos os acessórios e todas as restantes indicações de quem manda entende que deve ser assim, para fazer a sua auto-propaganda?
Talvez seja um dos motivos porque os contratos de concessão são alargados no tempo.
Mas penso que estão a caducar em breve. E depois veremos a disponibilidade e a saúde dos mesmos.