"Tempos difíceis, em que havendo tempo, este não favorece grandes reflexões porque os espíritos estão por demais ocupados com o medo. Medo por si próprio, medo por maridos e esposas, medo pelos filhos, medo por pais idosos, medo pelos amigos, medo pelo seu Povo, medo pelo País, medo pela Humanidade. Alguns opinam que sairemos desta horrífica crise mais fortes e melhores pessoas! Gostaria de poder acreditar nesta visão optimista. De facto, há gente que está a ser extraordinária, maravilhosa, o cidadão comum quer ajudar e multiplicam-se iniciativas solidárias. Mas, por outro lado, outros exemplos que vamos tendo diante dos olhos, não apontam em igual direcção. Basta atentarmos nas atitudes de grandes grupos económicos, apressadamente reclamando compensações milionárias por parte do Estado. Meus senhores, vamos a ver se nos entendemos: Não queriam menos Estado? Por que razão agora querem chuchá-lo até à medula? Ao mesmo tempo, aproveitam gulosamente todas as “possibilidades” a que conseguem pôr mão: layoff s assassinos, despedimentos à vontadinha, mandando às urtigas o aviso do Governo porque, no seu expedito chico-espertismo, crêem que darão a volta por cima e conseguirão levar a água ao seu moinho, mesmo que outros morram à sede! À sede e à fome, que a haverá, pela certa, e esta convicção lúgubre dói tanto! Tanto! Atentemos no comportamento da UE, os grandes a saltar fora do esforço que deveria ser mandatório, repetindo a desfaçatez de 2008. E as declarações CONTRA os mais velhos, a “peste grisalha”, como um estupor português disse, apontando tais posicionamentos para o extermínio por completo abandono. Afinal a “ideia” da sra Lagarde e esta foi mais longe: rosnou que era preciso fazer alguma coisa! Eugenista sem escrúpulos! Que raiva “dependermos” destes energúmenos! Creio na justiça divina mas sou impaciente nesta matéria. Não falo de morte nem do contágio. Uma boa dose de pimenta e piripiri na língua, por duas horas, deixar-me-ia satisfeita. Façamos a nossa parte e prezemos acima de tudo a solidariedade, a compaixão amorosa!"
Via Diário as Beiras
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