quarta-feira, 29 de abril de 2020

Da série fuga para a frente...(Esperemos que a promessa do multiusus tenha sucesso, ainda que a esperança não seja muita...) 3

"Não defendo a construção de um pavilhão multiusos no concelho. Sei que sempre vai à baila, nestas “discussões” a questão do emprego criado pela realização de obras públicas. Para além da sua fragilidade e quase sempre difíceis condições de trabalho a que os trabalhadores são sujeitos, para além dos baixos salários, direitos frequentemente atropelados ou inexistentes, esta não a solução para o desemprego que facilmente se prevê crescente nos próximos meses. Em primeiro lugar pela efemeridade das obras, que “inevitavelmente” arrastará contínua precariedade. Um pavilhão será uma prioridade? Já o disse neste espaço, os tempos que vivemos e viveremos por largos dias, são duros e exigentes e o investimento público tem de fixar-se na melhoria de condições de vida das populações, em estratégias de criação de emprego seguro, no apoio a medidas de desenvolvimento das freguesias, combatendo as visíveis assimetrias, que tenderão a gravar-se, se nada for seriamente feito. O concelho não precisa de espaços para a realização de variadíssimas actividades, do teatro, ao folclore, à realização de Feiras do Livro e da Música, cinema, palestras, congressos, ofi cinas. O Centro de Artes e Espectáculos serve perfeitamente os objectivos. Por outro lado, o movimento associativo popular dispõe de boas ou razoáveis instalações, algumas ainda feridas pela passagem furiosa do Leslie. Há que apoiá-las para que ganhem qualidade de acolhimento e possam levar cabalmente por diante o seu imprescindível papel de acompanhar as populações, permitindo-lhes o acesso ao lazer e à cultura. Neste campo, cabe à Câmara Municipal reivindicar que a fatia do Orçamento de Estado para as actividades culturais não fique abaixo de 1%, protegendo os artistas e permitindo o combate dos déficites culturais, ainda tão presentes. Ainda não esquecemos a indemnização milionária entregue ao sr. arquitecto espanhol, quando caiu o megalómano projecto Centro de Congressos – um pesadelo! O que teria sido possível realizar com esse dinheiro atirado aos ventos?! Aprenda-se com o passado, não entrando em perigosos quixotismos!"
Via Diário as Beiras

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