"...os políticos, que parte substancial da sociedade olha com reverência e respeitinho parolo, não vá o senhor doutor zangar-se ou o fascismo achar que morreu, não são uma classe de iluminados imaculados. São tugas normais que fogem aos impostos, que andam à porrada à porta do café, que corrompem e se deixam corromper, que estacionam onde não podem e que enviam a ocasional foto do seu pénis (ou vagina) para alguém que, aparentemente, a quer receber. E, tanto quanto é possível retirar da lavagem de roupa suja protagonizada por Lily e Bruno, no Twitter, a senhora queria mais do que trocar mensagens na rede social. Resta saber se pretendia apenas conversar e tomar um cafézinho ou se quereria levar umas palmadas, enquanto discutia o separatismo russo, sentada no colo do garanhão do momento. De certeza que era a segunda. O Maçães não parece tipo de andar e enviar fotos da sua pila por dá cá aquela palha. Isso é coisa de gajos de esquerda, ateus e pecadores."
daqui
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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