Subserviência mais comum: é a que aceita servilmente as directrizes do mais forte, na convicção de que quanto mais se identificar com ele maiores são as hipóteses de beneficiar de um tratamento de favor.
É a lógica do “bom aluno”, no sentido mais pejorativo do conceito.
É a covardia política levada ao seu expoente máximo.
Nota de rodapé.
Eu sei que o Eça está velho (morreu há cento e dezassete anos. Uma pessoa devia voltar-se para trás, para a estante, retirar um Eça e ler. Se não tiver um à mão — é uma vergonha...) e eu também não me ando a sentir lá muito bem.
Mas, não resisto a citá-lo, mais uma vez...
“O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. O povo está na miséria. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. O tédio invadiu as almas. A ruína económica cresce. O comércio definha. A indústria enfraquece. O salário diminui. O Estado tem que ser considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo”.
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