domingo, 17 de abril de 2016

Figueira, uma cidade sem futuro e com presente incerto

No mínimo, é preocupante...
Desperdiçámos a oportunidade. Não a aproveitámos. Não planeámos, não construímos, nem deixámos, algo de positivo. 
Um dos grandes males da Figueira, é que o futuro não é - e raramente o foi... -   pensado. 
As coisas, um dia,  só mudarão se acabarem as negociatas. 
A gestão política da polis não pode ser só a estratégia de negócio. 

Como escrevi um dia, "a meu ver, tanto quanto me recordo, para encontrarmos um executivo municipal com sentido estratégico, teríamos de recuar muitos anos, até ao executivo do eng. José Coelho Jordão!.."
Para mim, um autarca, de direita ou de esquerda, só pode comprometer-se com a colectividade. 
Na Figueira, em democracia, com PS ou PSD, nunca foi assim. 
A política devia servir para preparar o nosso futuro. 
Está no voto dos figueirenses a tomada de decisão para que assim seja.

Como isso nunca aconteceu, por aqui, não temos futuro. 
Continuamos a ter, apenas, um presente incerto. 
Do PSD, que é tudo menos social-democrata, nada espero.
Do PS, o partido há mais tempo no poder, na Figueira, desde o 25 de Abril de 1974, que também não tem nada a ver com esquerda e, muito menos, com o socialismo, igualmente nada espero.
Até porque, não têm vergonha de assumir atitudes que nada têm a ver com a democracia... 

Entretanto, continuamos sem perspectiva de futuro.
Vamos tendo presente, mas um presente muito incerto, como a maioria de nós sabe, e a crónica "O negócio das autoestradas", da autoria do eng. João Vaz, ontem, sábado, publicada no jornal AS BEIRAS, contribui para percebermos que não foi por acaso que chegámos aqui...

"As autoestradas A14 e A17 são dois fiascos evidentes.
Ambas as vias não retiram o trânsito às nacionais.
Os transportes de pesados continuam a passar pelo meio das povoações. E quem se desloca diariamente para o trabalho, não usa a autoestrada porqueo custo é incomportável.
A intensidade de utilização na A14 e A17 sempre foi baixa desde o início, tendo-se reduzido a metade após a introdução das portagens, em 2009.
O desenho inicial previa que a A17 coincidisse com a EN109, desde a Gala até á Marinha das Ondas, e passasse a ponte Edgar Cardoso (com quatro faixas). A estratégia era servir a indústria e o Porto Comercial da Figueira da Foz, ligando-os directamente. Por má decisão política ( ou técnica), a A17 passa longe de uns e de outros.
O erro paga-se caro. A EN109 está em péssimo estado e continuam a ocorrer acidentes graves. A concessinária da A17 quase não tem despesas de manutenção - não há pesados na A17.
Mas, nós contribuintes, pagamos duplamente o "não trânsito" na A17 e as obras de manutenção da EN109.
E o que dizem os políticos sobre isto?
Nada.
E é bom relembrar que os últimos dois troços da A17 (Mira-Marinha Grande) custaram 650 milhões - 650 mil euros por cada 100 metros.
O endividamento do país ao estrangeiro mora aqui, no asfalto e no betão, sem utilidade.
Pedro Santana Lopes presidiu, em 2004, à assinatura do contrato de concessão e construção da A17. António Mexia era ministro das obras públicas."  

2 comentários:

A Arte de Furtar disse...

Vamos lá discutir coisas sérias.
Não tenho a pretensão de ter respostas certeiras, mas há que começar (recomeçar)...
Próxima estación: "Esperanza", como canta o Manu Chao.




paulo disse...

e agora graças a isso vão por portagens da figueira a Montemor mas ninguém diz nada