Cá temos mais uma bela crónica publicada nas BEIRAS, assinada pelo eng. Daniel Santos - e esta, sem dúvida, de uma oportunidade e utilidade ímpares.
Todas as quarta-feiras precisamos de lá ir, pois o que escreve o eng. Daniel Santos é verdadeiro serviço público...
A porta está aberta e acessível e não é preciso moedinha...
É utilizar....
"O troço da autoestrada A14 que liga a Figueira a Montemor entrou em serviço em 1994 e a ligação a Coimbra foi concluída em 2002.
Os autarcas dos três concelhos (Figueira, Montemor e Coimbra) reagiram ao excessivo valor das portagens (uns mais, outros menos), embora sem qualquer consequência.
A A14 surgiu em substituição do previsto troço do IP3, com muitos anos de atraso, para aliviar a EN 111, a rebentar pelas costuras. E sem alternativa ferroviária que se veja, ainda hoje.
Pode compreender-se que, a propósito do colapso da tubagem do rio Foja, confessadamente já antecipado pela concessionária, se tenha permitido aos cidadãos que corressem os riscos que correram?
E que, numa situação grave, não se disponha de alternativa que assegure este serviço público a que o Estado está obrigado?
Sem recurso a estradas municipais concebidas para outro tipo de tráfego que irão aliás reflectir no futuro necessidades antecipadas de conservação.
“A concessionária está obrigada, salvo caso de força maior devidamente verificado, a assegurar permanentemente, em boas condições de segurança e comodidade, a circulação nas autoestradas, sujeitas ou não ao regime de portagem”, rezam as obrigações da concessão.
Esta forma de tratar este serviço público está a ter graves consequências para os cidadãos e, se não houver atitude firme, vai ter consequências no próximo orçamento municipal.
Já anunciadas."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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