Ao olhar para esta primeira página, lembrei-me do Portugal Amordaçado do Dr. Mário Soares, livro que li pela primeira vez há mais de 40 anos!..
A liberdade de expressão, continua cercada por muros altos e intransponíveis!
Este é o Portugal de hoje.
Em que a liberdade formal de se poder gritar que se tem fome, não traz, efectivamente, comida à mesa de quem dela necessita...
Em que a liberdade formal de se poder escrever que não existem condições de protecção para quem tem de arriscar a vida, todos os dias, para continuar a viver, não consegue evitar mais mortes no mar alto e à entrada das barras...
Há dias assim...
Estou como, imagino, se deve sentir a árvore quando a estão a cortar e dá conta, com tristeza, que o cabo do machado é de madeira...
Historicamente, é admirável o carácter e o temperamento do velho homem do mar da minha Aldeia. Totalmente desfazado do tempo actual, composto de ambição e ganância, é nesse velho homem do mar, que eu sei e sinto que tenho as minhas raízes. Foi dele que herdei o sistema nervoso equilibrado que tenho e me permite ver tudo o que se passa em meu redor, com grande tranquilidade, alguma bonomia e enormíssima fleuma. A realidade, é a realidade: a forma como os outros olham para nós, é lá com eles.
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