sexta-feira, 15 de abril de 2016

O braço esquerdo do Mondego, é o rio da minha Aldeia

O rio da minha Aldeia, nasce na Serra da Estrela, no concelho de Gouveia, a 1425 metros de altitude.
À sua nascente chama-se Mondeguinho, porque quando nasce, é um pequeno fio de água.
Para que o rio da minha Aldeia se transforme no maior curso de água que nasce em Portugal, precisa das águas dos seus afluentes.
Na margem direita, tem o Dão. Na esquerda o Alva, o Ceira, Arunca e o Pranto.

Entre a nascente e a foz, as águas do Mondego percorrem cerca de 220 quilómetros.
As suas margens, entre Coimbra e a Figueira da Foz, são os terrenos mais férteis de Portugal.
São os campos do Baixo Mondego. É nestas terras que se produz mais arroz, por hectare, em toda a Europa.
Os romanos chamavam Munda ao rio Mondego. Ao longo da Idade Média o rio continuou a chamar-se Munda.
Munda, significa transparência, claridade e pureza.
Nesses tempos, as suas águas eram assim. Agora, os tempos são outros, existe poluição.
Nas águas do rio da minha Aldeia e no resto.

Outrora, o leito do rio Mondego era mais navegável.
Toda a gente sabe isso. 
Mas poucos sabem qual é o rio da minha Aldeia
E para onde ele vai. 
E donde ele vem. 
É por isso que o rio da minha Aldeia pertence a menos gente.  
Mas é mais livre e maior o rio da minha Aldeia....
Pelo Mondego continua a comunicar-se com o mundo. 
Pouca gente, porém, pensa sobre o que há para além do rio da minha Aldeia.


Todavia, o rio da minha Aldeia deveria fazer pensar.
Quem está ao pé dele, não está apenas e só ao pé dele... 
Portanto, não deveria limitar-se a estar apenas e só ao pé dele... 
Antes de desaguar nas águas do oceano Atlântico, junto à Quinta do Canal, defronte a Lares, o Mondego divide-se em dois braços, formando um delta. 
O braço direito banha Vila Verde. O braço esquerdo, é o rio da minha Aldeia.
O  braço sul, o rio da minha Aldeia, deixa o canal principal do Mondego, na zona conhecida como Cinco Irmãos, a cerca de seis quilómetros a montante da Figueira da Foz, e corre entre a ilha da Morraceira e a margem esquerda do estuário. 
Depois de passar frente à minha Aldeia, deixando para trás o Portinho da Gala e a Ponte dos Arcos, o rio da minha Aldeia funde-se no braço norte, em frente à cidade,  junto aos estaleiros e porto de pesca, relativamente perto do local onde até meados do século XIX se situava a barra do porto, quando o braço sul era o canal principal do rio que banha a cidade. 

O rio da minha Aldeia, não sendo o que já foi, continua a ser fonte de vida, de prazer, de divertimento e de lazer. 
Continua a ser de um agrado incontornável olhá-lo, conhecer os seus recantos, as suas correntes e as suas contra-correntes, as suas diferentes tonalidades, o seu murmurar!.. 
Uma coisa é ser. Outra, é gostar de (a)parecer... 
Para quem é, o rio da minha Aldeia continua a provocar emoções... 
Mas, é preciso estar atento!
O rio da minha Aldeia, tem uma particularidade: enche na maré alta e quase seca na baixa-mar...

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