terça-feira, 4 de novembro de 2014

As medalhas

Li no jornal Público e passo a citar:
Cavaco Silva não poupou nos adjectivos e Durão Barroso respondeu com “emoção” à “generosidade” das palavras do chefe de Estado. 
E com um assinalável balanço, passados dez anos: “Foi correcta a decisão que tive que tomar em 2004”. Durão Barroso referia-se assim ao pedido de demissão de primeiro-ministro que então dirigiu ao Presidente Jorge Sampaio antes de rumar a Bruxelas.”
Por variadíssimas razões, entre as quais não está necessariamente o interesse público, os políticos têm alguma dificuldade em perceber diferenças elementares entre o que pensam e a realidade.
Não percebem, ou fingem não perceber que, por exemplo, os seus desejos quase nunca são a realidade.
Que Cavaco queira galardoar Durão Barroso é lá com ele, desde que chegou a presidente que dá medalhas aos amigos do PSD como se fossem caricas das garrafas de cerveja, mas comparar Durão Barroso a Jacques Delors já é demais. Mas dizer que Durão Barroso foi superior a Delors já é mesmo hilariante, só se for no peso pois como se percebe na fotografia Durão Barroso está bem gordinho e com o inchaço da condecoração ainda bem que esta não tem alfinete, senão o homem podia rebentar e sair pelo telhado do palácio.
Por sua vez, passados dez anos, Barroso – ou a sua consciência - achou que precisava de se justificar.
Bastou-lhe um pretexto, proporcionado por uma única pessoa, para se auto-elogiar e confundir a realidade com os seus desejos.

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