A contra-revolução do 25 de Novembro de 1975 teve 2 principais actores. Um político e um militar. Mário Soares e Ramalho Eanes. Mas Ramalho Eanes ficou com os principais louros da vitória pela liderança e pela elaboração do plano de operações do golpe militar, pois os louros da vitória militar transformaram-se rapidamente numa vitória política, levando-o mais tarde à Presidência da República.
Este ano, as não-comemorações do 25 de Novembro são assombradas pelo fim anunciado do Partido Socrista, uma infeliz coincidência de datas, logo agora que assumia um renovado alento conquistador do desespero do povo Português, através das suas exímias capacidades como vendedor profissional de ilusões.
A prisão preventiva de Sócrates é mais uma acha para a fogueira que queima em lume brando a imagem exterior de Portugal.
Quem diria que 39 anos depois do início da normalização democrática em Portugal, estaríamos a assistir à prisão preventiva de um ex-Primeiro Ministro por corrupção, com outras figuras públicas e políticas na calha.
Este é o mais triste 25 de Novembro da história de Portugal. Afinal é esta a democracia que temos com políticos destes. Até parece que já basta de revoluções e contra-revoluções só porque ninguém quer depois comemorá-las!"
daqui
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3 comentários:
Meu caro camarada, companheiro, homem de letras, diz-me cá publicamente ao teu amigo barbeiro , da tua aldeia, assim o queres, que país teriamos hoje com o extremismo da esquerda, igual ao da direita, onde não existem meios termos. Se aconteceu esta desgraça com estes ladrões, que tipo de sociedade teriamos? Partido unico' Prisões? Isolados do mundo, uns a comerem tudo e outros nada? Diz-me meu caro camarada, companheiro e porque não amigo. Mas afinal o que foi o 25 de Novemnbro? sabes bem que eu não vejo um cavalo a uma curva, ensina-me e depressa o que foi essa coisa do 25 que tanto desejavas para o nosso povo. Aquele abraço de sempre
As coisas nas nossas vidas são o que são. A vida não é um filme, portanto, não pode ser rebobinada.
Perguntar-me a mim o que seria este país se não tivesse havido o 25 de novembro de 1975 é uma pergunta impossível de responder e, no mínimo, é demagogia e desonestidade intelectual.
A vida dos portugueses, em 2014, é a que conhecemos.
Ontem foi mais um dia triste.
Por vários motivos e, também, a meu ver, por há precisamente 39 anos ter terminado o sonho de uma geração que acreditava num mundo melhor.
Há 39 anos a democracia sofreu em Portugal uma derrota histórica, cujos efeitos nunca deixaram de ser evidenciados pelas governações subsequentes, mas de que somente, agora, desde aí por volta de 2008 nos começámos a aperceber em toda sua verdadeira dimensão.
Nesta derrota, como em qualquer outra, seja ela de que natureza for, nunca se pode acusar o inimigo de ser o responsável pela nossa derrota. A responsabilidade é nossa. De quem na euforia de vitórias pouco estáveis actuou sectariamente, com triunfalismo despropositado e sem capacidade para consolidar alianças que, num espírito de compromisso, garantissem a vitória.
A História, sem deturpações, é conhecida. A partir do momento em que o genuíno MFA se fraccionou, depois de já terem sido politicamente eliminados os elementos espúrios que por oportunismo político tinham alinhado no 25 de Abril, ficou selada a derrota. Tudo começa e acaba ai.
Importa também dizer que nem todos, embora fossem poucos, os que estavam com o 25 de Novembro concordaram posteriormente com os seus desenvolvimentos ou sequer suspeitavam da amplitude das mudanças de que estavam sendo protagonistas. Não assim com a maioria, que actuou então, como actua hoje: integrada na lógica da direita, ao serviço das suas estratégias consoante a exigência histórica do momento.
Outros há também, e são muitíssimos, que tendo estado do lado das forças derrotadas, hoje as renegam, fazendo crer aos vindouros que sempre estiveram do “lado certo” da História. Só que estes contam pouco, porque se tivéssemos saído vitoriosos, eles teriam ficado onde estavam pela mesma razão que os leva agora a estar do outro lado.
Por último, a sociedade em que gostava de viver seria muito simples: teria um novo modelo de organização económica, social e política que materializasse o sonho utópico da igualdade entre os homens de acordo com a máxima de cada segundo as suas capacidades a cada um segundo as suas necessidades.
Um abraço
Dizer que em 25 de novembro se estabeleceu a normalidade democrática é usar os termos dos que se opuseram ao evoluir de forças populares com consciência social e política que se afirmavam no país. A partir dessa data com Portugal entregue aos usa e à nato a história retomou o seu curso pardacento de salazares e caetanos, agora chamados soares, cavacos, barrosos, guterres, sócrates e coelho/portas, trazendo à cabeça os melo, os espírito santos, os motas-engis ...
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