A fotografia é um fragmento “recorte” da realidade. Esta implica sempre uma selecção, ou seja, existe sempre uma parte incluída e excluída.
O meu maior desafio na arte de fotografar tem por base o olhar, isto é, tento quebrar com as percepções solidificadas pelo constante contacto visual do meio envolvente, seguindo a velha máxima de Henri Cartier- Bresson “Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração”.
Só isso…
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
"Sorria! Ordenou o despota, metido num casaco bordô. Imediatamente obedecemos para sermoss logo recompensados com um flash de luz que nos cegou. Aos quatro anos, eu não questionava o motivo por que deveria sorrir sem me sentir feliz. Aparentemente, nem meus pais.
Sorrir para uma câmara è algo que me parece impregnado no nosso codigo genetico - atè mesmo os cegos o fazem."
de Vik Muniz in Reflex
Bonito sem dúvida este trabalho.E por ser a preto branco,melhor ainda.(para meu gosto)
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