"Tomaram posse há pouco mais de dois meses os novos órgãos autárquicos no Município da Figueira da Foz. A Câmara Municipal, o órgão autárquico colegial, em temos de representatividade política ficou reduzida, face ao anterior mandato, a três elementos, três Vereadores da oposição (PSD). Preocupada, desde o inicio, assisto a um “desacerto” entre elementos da Vereação do PSD. Tal como um par a dançar, que não se conhecendo demora a “acertar o passo”, a arbitrariedade das posições defendidas e a incoerência das posições, preocupam-me!
Preocupa-me porque acredito no sistema democrático. Acredito que é na plenitude do seu funcionamento, que uma oposição objectiva e coerente é o condimento essencial para que todos percebam as diferentes opções políticas e partidárias. Ser oposição não é simplesmente ser do contra, ser oposição é confrontar as políticas propostas por quem governa, com as suas propostas eleitorais. É evidenciar essas diferenças, é censurar procedimentos erróneos, fazer novas propostas para percebemos a tomada de posição e as alternativas politicas, construindo assim um sólido edifício ao longo de um mandato a que chamamos de “alternativa política”.
Afinal propuseram-se a eleições por um partido político, subscreveram um programa para uma governação a quatro anos, tinham um desígnio comum para a cidade, não há liberdade individual que justifique tais “desacertos” pois, a bem da democracia, “acertem-se”!"
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O desacerto", uma crónica de Isabel Maranha Cardoso, publicada no jornal As Beiras.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Ó dona Isabel mas se nem o próprio partido se acerta como pode o resto andar certo?
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