segunda-feira, 15 de maio de 2023

Dois figueirenses notáveis, de que poucos já se lembram...

A reportagem de José Martins, que tinha por título COMANDANTE MOTA: QUEM É VOCÊ?, causou na data em que saiu no Jornal Barca Nova - 12 de Maio de 1978 - enorme celeuma na esquerda mais radical figueirense.
Na altura, o sectarismo político estava bem vivo pr cá. Essa estirpe, aliás, ainda resiste na Figueira. Alguns, poucos, revolucionários folclóricos, que pensam que a verdadeira revolução, que passa pela mudança de mentalidades, se faz a dizer que "quando só houver um comunista em Portugal, esse comunista, é ele", zurziu forte na rapaziada que com enorme trabalho, dedicação e algum talento jornalístico, ousava confeccionar, todas as semanas, um jornaleco de província que tinha como lema ter a mania de querer ser democraítico e progressista.

Adiante. Isso pertence ao passado. Vamos ao que interessa. 
Em 28 de Fevereiro de 1974, o Comandante Mota e o Bombeiro Francisco Oliveira escreveram um das páginas mais gloriosas dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz. (Para perceberem porquê, leiam as imagens.)
Na edição de 12 Maio de 1978, José Martins publicou a parte 2 de um grande trabalho sobre os Voluntários da Figueira, que ficou repartida por três edições do Jornal Barca Nova. Na segunda parte desse trabalho jornalístico, José Martins no seu estilo, único e inemitável, fez um entrevista ao Comandante Mota, onde recordou uma reportagem que havia feito uns anos antes para o Diário Popular.  
Esta recordação lembra dois Homens verdadeiramente fantásticos que tive o privilégio de conhecer na segunda metade do século XX: o Jornalista José Martins e o Bombeiro Comandante Hildebrando Mota.
Leiam o que está escrito nas imagens. Se quiserem, cliquem nas imagens pois poderão ler melhor.

O antigo Comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, Hildebrando Mota, que liderou a corporação entre 1974 e 1993, faleceu em 22 de Janeiro de 2013"A Figueira da Foz perdeu fisicamente mais uma das suas referências." 

José Martins morreu uns anos antes: em 28 de Abril de 2000Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre. Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE. Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro.Chegou a ser preso pela polícia política. Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto. Não a visível, mas a essencial.

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