Numa sexta-feira, com um tempo destes destes, para quem trabalha tanto, na véspera de mais um fim de semana, só apetece descansar e pensar na Liberdade...
Ao que parece, hoje, vão acontecer alguns aguaceiros...
Só que apesar da ameaça de chuva, creio que ainda não é hoje que se vai perder aquele cheiro delicioso à chuva de verão que nos enche os pulmões...
O outono continua bonito na minha Aldeia.
Ontem, choveu qualquer coisita, mas hoje a manhã convida a que vida volte a transportar-se de dentro para fora.
Parece ser mais um dia em que apetece, embora resguardado, aproveitar o ar livre.
Já se imaginaram no Cabedelo, com aquele ar claro de fim de manhã, a saborear um café naquela esplanada onde sinto, penso e escrevo, sobre a falta de pacatez da vida que se vai desenvolvendo à nossa volta?
Lá na outra margem, a cidade continua uma babilónia de confusões, de orientações, de obrigações e de proibições.
Continua o fartar vilanagem dos salve-se quem puder...
Tudo, porque alguns adoram viver espezinhando os outros.
Depois, queixam-se amargamente dos outros que não têm o inaudito gosto de ligar a convenções!
A política, na Figueira, tem essa desvantagem: de vez em quando alguém vai sentindo-se preso em nome da liberdade.
Alguns, aprendem à custa deles próprios.
Outros, porém, não... Continuam o que sempre foram: umas bestas!
O pôr do sol de ontem não enganava.
Nem é preciso consultar a meteorologia...
Existe alguma coisa melhor que a simplicidade boa da vida?
E a melhor e mais saborosa de todas, a meu ver, é a Liberdade...
Mas que Liberdade?
É que a Liberdade não é, apenas, uma palavra.
Temos a Liberdade de opinião, que apesar de aparentemente estar garantida, é exercida por poucos na Figueira.
Temos a liberdade política que, embora com imperfeições, está igualmente garantida. Quer dizer, mais para uns do que para outros...
E a liberdade económica?
Essa, 43 anos depois de Abril de 1974, parece-me que continua a ser garantida muito mais para uns, poucos, do que para todos os outros...
Há que corrigir urgentemente esta pecha que tudo mancha.
Também na Figueira...
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