A vida é feita de pequenas coisas... "Pequenos nadas", como cantou Sérgio Godinho.
Por exemplo.
Em julho, sabe-me bem um banho de água fria.
Hoje, soube-me a nozes, um banho de água bem quentinha...
As coisas que temos, na verdade não as temos - apenas parece que as temos.
Por isso, nunca fiquei muito abalado quando as perdi.
Nunca, antes, tinha acreditado que fossem minhas.
Se queremos aprender mesmo, temos que ter muita atenção às bestas.
Todos os cães são assim: gostam de comer tudo e não deixar nada.
Mesmo que, depois, tenham de vomitar.
Como todos os cães.
Mas, sobretudo, não desesperem. Não desesperem, nem mesmo por não desesperarem.
Quando tudo parece ter chegado ao fim, novas forças aparecem e isso mostra que estamos vivos.
Quando essas novas forças não aparecerem mais, então é porque tudo chegou ao fim.
Só que, desta vez para sempre...
Há sempre disponibilidade e tempo para pensar sobre o que fizemos.
Tempo para um balanço.
De preferência, o mais imparcial e desapaixonado possível.
Ponderar sobre o que ocorreu, para tentar perceber onde estamos e como aqui chegamos.
Um dia, hei-de fazer isso.
Hoje, ainda não é o dia.
Hoje, continua a ser o tempo de olhar a vida de frente.
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