sábado, 21 de janeiro de 2017

O inverno continua bonito na Aldeia. Tem feito frio, mas não chove...

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"Surpreende a velocidade a que mudanças estão a ocorrer. Daqui a poucos anos a Figueira terá um clima mais parecido com o de Nova Iorque, situada quase à mesma latitude, 40 graus norte. Mais frio no inverno e mais quente no verão. Estamos longe de adotar medidas de adaptação climática. A maioria das casas não estão preparadas para o frio. Gastamos muita energia a aquecer “paredes” sem isolamento. As lojas funcionam de portas abertas com temperaturas próximas dos zero graus. Faltam estratégias locais e nacionais para a mitigação dos desafios climáticos. Um casal de siberianos, de Novosibirsk, que visitou em janeiro a Figueira, afirmou que nunca tinham sentido tanto frio na vida. Acordavam e deitavam-se num quarto gélido."
João Vaz,  consultor de ambiente, hoje, na sua habitual crónica dos sábados no jornal AS Beiras,  constata o que tem sido óbvio nos últimos dias: está "frio na praia da Figueira".

Nota de rodapé.
Numa altura em que, na Figueira, o assunto do próximo momento vai ser o carnaval, o mínimo que se devia exigir era que a natureza aquosa da água fosse uma unanimidade local.
Até na Figueira, o frio esfria.
O facto de temperaturas baixas incomodarem os seres humanos, na altura do desfile do carnaval, também faz todo o sentido.
Como a nossa temperatura corporal é cerca de 37 graus, sentimo-nos mais confortáveis em temperaturas amenas. 
Para mais num descampado frente ao mar!
Na Figueira, o desfile do carnaval, costuma acontecer em demoníaca trindade de chuva, vento e frio.

Na Figueira, podemos discordar sobre quase tudo.
Mas, está mais do que na altura de chegarmos a um consenso sobre os fenómenos meteorológicos.
Todos sabemos o essencial sobre a matéria.
No Verão está calor e não chove; na Primavera está ameno e, às vezes, chove; no Outono está ameno e, frequentemente, chove; e no Inverno está frio e chove – muitas e muitas vezes.

A Figueira, continua detentora de uma luminosidade única.
Porém, a Praia da Claridade celebrizada no século XIX, quando o extraordinário desenvolvimento da Figueira da Foz e as condições naturais da paisagem atraíam banhistas de todo o país, celebrizada e imortalizada por Ramalho Ortigão, perdeu encanto e qualidade de vida.
A Figueira dos dias de hoje, é uma  cidade e uma construção que se tornou numa catástrofe onde  a assimetria e a desconformidade foram levadas ao limite.

E o limite, na Figueira, não é o céu.
Pode ser o simples facto de, na Figueira, ser sempre carnaval.
Na Figueira, esse sonho tem sido possível...
Portanto, nada mais natural, que este executivo camarário - na minha modesta opinião, o pior executivo camarário que geriu os destinos da Figueira da Foz, desde que tenho memória -   se sinta  na obrigação de mantê-lo e assegurar o engenho e arte de o ir tornando realizável.
A ele, ao carnaval...

E ainda bem que assim pensa quem de direito. 
A vida são dois dias, o carnaval são três e a saúde é um estado transitório que não augura nada de bom! 
E enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Viva o carnaval!

A folia, mesmo que artificial, e o bom humor, são duas das melhores peças de vestuário que alguém pode usar na sociedade...

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