domingo, 15 de janeiro de 2017

A máscara que todos usam, embora alguns prefiram não ter disso consciência...

Via facebook do meu amigo Quim João, tomei conhecimento que Pedro Santana Lopes, in CM 13.1.2017, escreveu o seguinte:
"Eu admito que, tal como as pessoas, os partidos possam sentir arrependimento, mas se o sentem têm de o assumir e de o declarar. Têm que dizer ‘expressis verbis’ que se enganaram há quatro anos e que seguiram o caminho errado. Só isso é que dá alguma legitimidade para essa mudança tão grande."
Num P.S., no mesmo post do facebook, escreveu o Quim João.
"É quase poético que seja ele a escrever sobre o tema dos apoios partidários, nas autárquicas que aí vêm, a renegados do partido e independentes.
O Passos deve estar às voltas na campa. Espera! Esse não morreu. 
Na Figueira, além dos que já fizeram o respectivo acto de contricção, há uma fila deles para confessionário."

Ao longo da vida, sempre me preocupei mais com a minha consciência do que com a minha reputação. 
Quanto à consciência, é o que eu sou. Já quanto à reputação, é o que os outros pensam de mim. 
E o que os outros pensam de mim, nunca foi problema meu, foi sempre problema deles.

Ao longo da vida tive as minhas dificuldades! 
E quem é que as não teve...
Mas, essas dificuldades nunca me condicionaram a atitude. 
Se quiserem saber, foi a revolta que sempre me  deu a força suficiente para inverter o que me queriam impor! 

A meu ver, passa pela tomada de consciência daquilo que se está a passar na nossa  cidade, a possibilidade de mudar algo na Figueira... 
Contudo, continuo a pensar o que sempre pensei: essa tomada de consciência, só colectivamente poderia mudar algo.
Para melhor, claro...

Entretanto, enquanto alguns fazem cálculos para 2021, até lá aceitam como uma fatalidade que temos obrigatoriamente de suportar, a gestão do presidente mais incompetente e inábil, politicamente falando, que a Figueira tem, desde que tenho memória, à frente dos seus destinos. 
Cada um responde por si e pela conjuntura pessoal e colectiva em que se envolveu. Porém, a meu ver, a curva em que o Partido Socialista local meteu a Figueira, está tão apertada que - penso eu com os nervos - não há tempo para esperar por 2021. Pode ser mais um fim de tarde... Mas, também pode ser o fim da tarde. Isto é, pode ser tarde de mais...

Mas, será que toda a  Figueira perdeu a inteligência e a consciência moral? Será que todos os costumes estão dissolvidos e todos  os caracteres estão corrompidos?  Já não se crê na honestidade e competência de todos os políticos? O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia que passa? Andamos todos a viver ao acaso?  O tédio invadiu todas as almas?

A Figueira está acomodada.
Contudo, viver é um risco permanente. Nunca há a certeza de nada. A certeza, também na Figueira, em Janeiro de 2017, é a incerteza.

Ainda por cima, o que constitui factor agravante, a Figueira não tem jornalismo estável, forte e independente, o que contribui para dificultar, na nossa cidade, o exercício da cidadania. E sem informação, também não há democracia sólida e de qualidade que só é possível existir numa sociedade bem informada e livre.   Sem jornalismo de qualidade, forte e independente, que não se vergue aos poderes políticos, económicos, financeiros e sociais vigentes, não pode haver uma democracia sólida.
Como disse recentemente Marcelo Rebelo de Sousa, "o jornalismo só tem poder se não se vergar aos poderes políticos, económicos, financeiros, sociais, formais ou informais vigentes, antes deles se mantendo distanciado e perante eles permanentemente crítico, se quiserem, sendo um anti-poder, nesse sentido".

O passar dos anos retirou-me algumas coisas.  Mas, deu-me muitas outras. 
Entre estas está, nomeadamente,  uma certa imunidade ao que vão pensando de mim. 
A idade retirou-me o calculismo e deu-me uma melhor consciência - o que me permite estar confortavelmente "nas tintas" para essa coisa do parecer bem! 
E, acreditem, é uma  válvula de escape que tem estado a  funcionar na perfeição...

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