quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Diplomacia e pressão mediática não têm chegado para tentar acelerar as medidas de mitigação da erosão costeira nas praias do sul do concelho...

Como escrevi ontem.
Não chegámos ao ponto crítico em que nos encontramos por mero acaso: foi causa, efeito e consequência de erros sucessivos - alguns deles  estratégicos -, cometidos por responsáveis políticos e técnicos, durante décadas no concelho da Figueira da Foz. 
Se apreensivo e preocupado fui para a sessão de terça-feira no Auditório do Museu, mais apreensivo e preocupado vim depois da realização dessa reunião.

Via Diário as Beiras, edição de hoje, vejo confirmado o desconforto que a prestação dos representantes da APA presentes na reunião me transmitiram. 
«Na sessão pública promovida pelo autarca, com a participação de responsáveis da APA, para a apresentação do calendário das intervenções, Santana Lopes garantiu: “Não vos vamos largar”. E acrescentou que “desde os tempos da faculdade que não falava em outras formas de luta”. Mas, mantendo o contacto visual com os responsáveis da APA, advertiu: “Se for necessário, usaremos outras formas de luta”. Indagado pelos jornalistas, à margem da sessão, sobre que tipo de ações poderá vir a protagonizar, o autarca defendeu que “o efeito surpresa é muito importante para surtir efeito”. Entretanto, aguarda que a APA passe dos estudos aos actos, em tempo útil, porque o avanço do mar tem-se revelado inexorável na ameaça a pessoas e bens da zona costeira. Por outro lado, o presidente da câmara exortou a APA a acionar mecanismos legais que permitem lançar empreitadas sem concurso público, sustentando que a situação da costa figueirense enquadra-se nas circunstâncias excecionais. Isto para acelerar as intervenções, que se revelam urgentes. Santana Lopes defendeu, ainda, o Estado de Emergência. “Para que a APA perceba que esta região está em Estado de Emergência, acelere [as ações] e crie uma equipa especial para esta sub-região do Baixo Mondego”, disse aos jornalistas.»

Para quem não atinja a importância e o alcance político desta posição do Dr. Santana Lopes, lembro: desde que tenho memória, esta é a posição mais reivindicativa e mais clara de um autarca figueirense, perante o poder central, em defesa dos martirizados habitantes da margem esquerda do estuário do Mondego.
Perante a gravidade da situação, o momento não está para hesitações.
A opção é clara: neste caso específico,  temos de nos unir em torno da autarquia figueirense (e do seu líder) - para exigir perante o Ministério do Ambiente, que é quem tem a responsabilidade e os meios para o realizar, aquilo a que temos direito - medidas rápidas, concretas e eficazes que nos tranquilizem e às nossas famílias.

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