Nos idos de sessenta, época em que andei na Escola Bernardino Machado, disse a muitos "valentões", os que já lá andavam há muitos anos, por terem vários chumbos no currículo, “mete-te com os do teu tamanho!”.
Por causa do meu sentimentalismo, que me leva a optar pelo lado do mais fraco, dei e levei uma belas murraças.
Lembrei-me disto quando, recentemente, assisti – como todo o país – à ameaça pública de Marcelo Rebelo de Sousa, dirigida à Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, durante um evento oficial – na inauguração dos novos Paços do Concelho da Trofa.
Sentindo-se astro no "laranjal", na presença de Luís Montenegro, o presidente Marcelo resolveu mostrar que no sangue ainda corre qualquer coisa de PSD.
Desta vez, não fez o papel de amuado, como quando se queixou à comunicação social de que não foi atempadamente informado da composição deste Governo.
A raposa politica Marcelo soube escolher o momento e a vítima.
Teve oportunidades anteriores. Poderia ter feito igual ameaça a António Costa ou mesmo a Mariana Vieira da Silva. Contudo, sabe que uma coisa é ameaçar Costa ou Mariana, outra é ameaçar Ana Abrunhosa.
Meter-se com Mariana Vieira da Silva, seria meter-se com o PS. Meter-se com António Costa, seria meter-se com o PS. E que sem se mete com o PS: leva
Este, foi o momento: terreno e assistência a condizer.
Após isto, foi interessante ver a reacção da Direita portuguesa – da liberal até à facha - feliz e contente por pensar que o presidente foi capaz de pôr estes socialistas na linha.
Não importa se a execução do PRR está sob a tutela de Mariana Vieira da Silva e não de Ana Abrunhosa. Ou se sobre a execução do Portugal 2020 há muito que Marcelo Rebelo de Sousa tem feito vista grossa.
Nada disto interessa, porque a fome tolhe a razão. E a fome da Direita por um Marcelo justiceiro e castigador de socialistas, teve um pequeno “snack” que soube a banquete.
Marcelo vai ser sempre o mesmo: comentador político e desportivo até ao fim do seu mandato.
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