Esta frase foi escrita por Ramalho Ortigão, em finais do século XIX.
Este «SLOGAN», deste paladino da liberdade de pensamento, da discussão crítica e do estudo fundamentado dos problemas, serviu durante muitas décadas para propagandear a nossa cidade.
Porém, nunca o seu criador foi alvo de qualquer prova de reconhecimento por parte da Figueira e dos figueirenses.
Há coisas estranhas que acontecem na Figueira. Esta, parece-me uma delas.
Nada seria mais natural e mais merecido do que o reconhecimento dos figueirenses. Ramalho é um escritor de prestígio, observador perspicaz, cuidadoso e atento dos fenómenos do seu tempo. Coisas e gentes com interesse, não escaparam ao seu talento. Por isso, justamente, ficou na história da nossa literatura.
Não haver na Figueira um busto ou uma lápide numa esquina de uma rua, abona pouco, em matéria de gratidão, dos figueirenses de inúmeras gerações, perante uma figura cimeira da literatura portuguesa, que numa crónica escreveu sobre a nossa cidade, com o talento, o poder de observação e o espírito que caracterizou a sua obra.
Porém, para se ser grato, nunca é tarde...
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