Hoje, no DIÁRIO AS BEIRAS, Carlos Baptista, presidente da Associação da Malta do Viso, esclarece as razões que
levaram ao cancelamento do evento.
Tudo deverá ter começado com
o desaparecimento de uma
ferramenta eléctrica e um
tampo de mesa.
Estes dois episódios originaram um clima de desconfiança. Segundo Carlos Baptista, o gestor terá levantado suspeitas sobre um
sócio da Malta do Viso que
também tinha a chave do
espaço.
“Miguel Amaral disse que
metia tudo na rua”. “Tudo”, implicava, também, a Malta do Viso, que
tinha a sede no Coliseu. Carlos Baptista afiança que não contou
nada aos restantes membros da direcção, “para não
incendiar os ânimos”, a cerca de uma semana da festa
da sardinha.
Entretanto, abriu um e-mail
enviado por Miguel Amaral
com o regulamento para a
utilização da praça de touros pela Malta do Viso, que
a associação considerou
hostil. Esta foi a gota que
fez transbordar o copo.
Na sequência do e-mail,
assevera Baptista, “a decisão de cancelar a Festa da
Sardinha foi tomada por
unanimidade”.
E não havia
margem para tréguas, evitando, deste modo, cancelar a festa? - pergunta o jornalista.
“Não admitimos
que nos queiram pôr a pata
em cima. É uma questão de
dignidade e verticalidade.
Não havia condições para
ultrapassar o ambiente que
se criou”, respondeu o dirigente da Malta da Viso, afirmando que Miguel Amaral
foi a primeira pessoa a ter
conhecimento da decisão.
Os prejuízos ascendem
a 1.500 euros. Mas nem
tudo está perdido, porque a quermesse deverá
realizar-se na Feira das Freguesias, com as receitas a
reverterem para instituições sociais do concelho.
Entretanto, a Malta do Viso
já se retirou do coliseu e,
este ano, o seu tradicional
convívio de 15 de agosto
será realizado “num local a
anunciar oportunamente”.
Miguel Amaral, abordado pelo DIÁRIO AS BEIRAS disse que “o
coliseu não tem mais nada
a dizer”, remetendo para o comunicado da administração do Coliseu Figueirense:“foi com grande surpresa
que tomou conhecimento da decisão da Associação Malta do Viso, a quatro dias do início da Festa da Sardinha, através de informação
por esta dirigida à comunicação social”. Sem pormenorizar, informa ainda que “é exactamente devido
ao bom relacionamento
que sempre foi mantido”
entre as duas partes que
“tem sido possível assegurar a continuidade da realização desse grande evento
figueirense, não obstante
o facto de surgirem algumas tentativas, vindas do
exterior, de quebrar a tradição”. A terminar, lamentou “profundamente” a decisão, “face ao grave prejuízo que tal medida provoca
na cidade e na região”, e
disponibiliza o espaço
para o regresso do evento.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
Ninguém acredita que a malta do viso se tenha retirado da festa sem uma forte razão.
Completamente de acordo.
Tudo continua nebuloso.
O cheiro a sardinha incomoda.
A resposta do sr dr Amaral e associados nada esclarece.
A Figueira continua a ser falada por maus motivos.
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