“Confesso que não nutro
grandes esperanças pelos
movimentos políticos de
nova geração, do Podemos
ao Ciudadanos até ao Syriza.
Prefiro crer, como Ernesto
Cardenal, o padre sandinista
nicaraguense, na poesia e na
revolução cultural. Quando
todos pudermos ler e escrever, o mundo vai necessariamente ter de mudar; e quando todos pudermos perceber
que as palavras certas são
aquelas que transportam o
sonho, teremos descoberto a
ignição da mudança.
Os “saltos” na história dos
homens fizeram-se assim -
de palavras como igualdade,
dúvida, liberdade, socialismo,
ética, fraternidade, utopia,
justiça, tolerância, entre outras. São estas as que absolvem a ignomínia, a infâmia,
o ódio, a inveja, o opróbrio,
o sórdido, a desigualdade e
o mal. A dialéctica da evolução social far-se-á sempre
da luta entre as palavras e
nunca se poderá dizer que
se chegou ao fim da história
ou acreditar na vitória perene
das palavras certas. Cardenal, aos 90 anos, continua
em busca das suas.”
António Tavares, vereador PS, hoje no jornal AS BEIRAS.
Em tempo.
*Coerência era teres escrito "a tempestade" , e não “Figueira da Foz - erros do passado, soluções para o futuro", antes da bonança…
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
E palavras como: MEMÓRIA!
Com cultura e encanto vais tentando embalar.
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