Acredito pouco que o
presidente da câmara
tenha tido alguma
vontade de afirmar ter
desrespeitado a lei. Por todas
as razões: políticas, pessoais
e profissionais. Tê-lo-á feito
em resultado da pressão
decorrente da discussão
política em ambiente tenso,
a propósito da auditoria
realizada pela Inspecção de
Finanças e na falta de melhor
argumentação.
Em causa está o incumprimento
da Lei dos Compromissos
e dos pagamentos
em atraso. De acordo com
a lista de incumpridores
publicada mensalmente pela
Direcção Geral das Autarquias
Locais, a Câmara da Figueira
da Foz é referida até dezembro
de 2013 e não mais
depois dessa data. Continuam,
porém, em estado de
aflição um número variável
de municípios (entre 20 e
35). O ocorrido é um remake
ipsis verbis do que aconteceu
na reunião da câmara de
setembro de 2013. A única
diferença é que, entretanto,
houve uma auditoria que
permitiu agitar o mesmo
assunto.
Resta a lição de que, se
uma norma vê a luz do dia
e é sistemática, assumida
e reiteradamente violada
com a justificação de que tal
violação defende melhor
os superiores interesses da
comunidade, o seu destino
será a sua revogação. Destino:
o cesto dos papéis e a
sua substituição por melhores
regras. Caso contrário,
convém não esquecer o que
dizia Sócrates (o outro): ”É
preciso que os homens bons
respeitem as leis más, para
que os homens maus respeitem
as leis boas”.
Em tempo.
1. Esta crónica do eng. Daniel Santos, foi publicada na edição de hoje do jornal AS BEIRAS.
2.* Título sacado daqui.
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