À pergunta do eng. Daniel Santos, hoje na sua habitual crónica das sextas-feiras no jornal AS BEIRAS - "uma vez que a solução em vigor não agrada a ninguém, será impossível que a câmara promova uma reorganização administrativa do concelho, essa sim, a apresentar a participação pública?" - e à resposta que o próprio eng. Daniel Santos dá - "se tal for possível e não for feito, só vejo uma razão: cobardia política!" - creio que o que vai acontecer, em alternativa, é o seguinte: os políticos, ou vão ignorar a pergunta do eng. Daniel Santos, ou vão rebuscar ainda mais os argumentos.
Eu, desde já, por saber há muito do que a casa gasta, vou fazer um esforço para não rir...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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