quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A pobreza...


“O cenário é indescritível. Sem água, luz ou vidros nas janelas, mas com a porta trancada a “sete chaves”, Eduardo Rosa, de 61 anos vive no Bairro Padre Américo num cenário de verdadeiro filme de terror. Todas as divisões da casa estão repletas de lixo, num ambiente irrespirável. O único local onde se consegue ainda entrar é o quarto onde este homem dorme. Frio, diz que não passa, «tenho muita roupa e já me habituei», disse ao nosso Jornal, mas não esconde que gostaria de sair dali, «para outra casa ou para um lar». E porque não vai levando o lixo daqui para fora, é a pergunta que se impõe, mas a resposta é a de que «é muito, eu não consigo».”
Este, é o início de um trabalho jornalístico, publicado hoje no Diário de Coimbra, assinado pela jornalista Bela Coutinho, que pode ler na íntegra clicando aqui, a alertar para uma realidade confrangedora e impressionante, em plena cidade da Figueira da Foz.
A pobreza impressiona. Mas, o certo é que "os portugueses continuam a empobrecer". A conclusão é da Assistência Médica Internacional, de acordo com dados recolhidos no primeiro semestre do ano passado. Os números da pobreza em Portugal são preocupantes. Cerca de 20% dos portugueses vivem, ou estão em risco de viver, em situação de pobreza (com menos de 360 euros mensais). Estas taxas de risco de pobreza, registam-se já depois das transferências sociais, como pensões ou subsídios, porque sem estes, a taxa de pobreza em Portugal cobriria 40% da população. Entre os grupos de risco - mais propícios a caírem em situação de pobreza - estão os idosos e as famílias numerosas. O desemprego, salários de miséria e pensões ainda mais miseráveis, colocam estes grupos em situações francamente difíceis.
Esse, só não vê quem não quer, é o caminho trilhado nos últimos anos pelo nosso País: à medida que os ricos vão ficando mais ricos ainda, os restantes – a maioria - vai empobrecendo cada vez mais. Um dia, a pobreza vai declarar-se em toda a sua extensão.
Esta situação, não é apenas resultado da actual crise socio-económica, que afecta todo o mundo, deve-se, também, à recessão económica em que o País "se vê mergulhado já há muito tempo" e a uma "péssima distribuição da riqueza".

2 comentários:

Olímpio disse...

Foi para isto que muitos Portugueses sofreram horrores do Salazarimo,foi para isto os sonhos do 25 de Abri? Outra revolução já porque ontem era tarde.A esquerda ao poder e em democracia,seria uma razão forte.O que se passa neste País com oa mais fracos é uma humilhação para os homens de boa vontade e os que governaram o País e que se governaram,deviam ter remorsos desta triste realidade

Olímpio disse...

Volto aqui porque conheci o SR.Eduardo Rosa na praça dos taxis e cortei-lhe o cabelo.Notava-se uma calma doentia,mais tarde encontrei-o no Restaurante Taity e conversamos mais uma vez,enfim,aconteceu solidariedade com oSr.Rosa.È muito educado,mas perdi-lhe o contacto e agora reparei na sua foto no D.C.O País está cheio destes cidadãos e a nossa preocupação deve ser para estes deserdados da sorte mas não é só preocupação,é agir com o possivel de cada um de nôs,sobretudo os que fazem as leis,porque afinal quem paga a crise são sempre os mesmos.