segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Haiti

“Agora que aconteceu o irreparável, somos todos solidários com o Haiti. Antes, quando os haitianos eram só pobres e explorados pelas mais infames ditaduras, ninguém lhes ligava.
Morreram sabe-se lá quantos, falam em 100 mil… porque as casas lhes caíram em cima com o tremor de terra. Casas mal feitas, com mais areia que cimento, sem requisitos técnicos para zonas sísmicas.
Noutros locais mais afortunados, o mesmo sismo não teria provocado mais do que um pequeno incómodo. Na Califórnia ou no Japão, sismos de grau 6 ou 7 da escala de Richter já não estragam grande coisa. Cai uma ou outra empena e só os muito azarados levam com um tijolo em cima. Em países pobres, daquela pobreza imensa e endémica, morrem aos milhares.
E, agora, já há dinheiro para ajudar, para dar de comer, para criar infra-estruturas, escolas, hospitais… dinheiro que antes nunca houve. E, por isso, o povo continuou ignorante, passivo, marginal, rebanho ao dispor da ganância dos canídeos selvagens a que costumamos chamar lobos. O subdesenvolvimento é tudo isto.”

Via , um blogue do jornalista Carlos Narciso

2 comentários:

Guimaraes disse...

Tem razão. Ainda mais sintomática e deploravel é a situação de os socorros não chegarem às pessoas porque os políticos estão empenhadíssimos em definir quem manda e, após uma noite de discussão, ainda não chegaram a qualquer conclusão. Razão tem o dr. Fernando Nobre da AMI:-Falta quem dê um murro na mesa. E nos focinhos dos políticos, digo eu.

João Vaz disse...

Não é verdade que um sismo de escala 6 e 7 não destrua os prédios de Kyoto ou Los Angeles. Basta olhar para o registo histórico dos terramotos.

A Ajuda Humanitária tem decorrido bem, dentro do possível num país sem infra-estruturas. Apesar de já terem decorridos 6 dias continuam a retirar-se pessoas vivas dos escombros.
Poder-se-ia fazer sempre melhor, mas discordo da visão catastrófica. É muito difícil actuar num país cheio de armas e com um historial de violência impressionante.

A Ajuda tem sido eficaz e em grande quantidade, o que não aconteceu em idênticos cataclismos anterios (no Pauistão (2007 ou 8 ?); no Irão;...etc.

Os EUA tiveram muitas dificuldades em ajudar os seus em New Orleans /ver filme doc. de Spike Lee
a esse propósito.