António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 16 de novembro de 2008
Fragilidade
A vida passa num instante, quase como um simples abrir fechar de olhos.
Não gostamos é de pensar nisso, pois a fragilidade assusta, mas essa é a nossa realidade.
A fragilidade, aliás, é uma das características sempre presentes, não só, na vida das pessoas, mas nas sociedades e no meio ambiente.
Basta recordar a estupidez, durante a guerra-fria, de se terem acumulado armamentos atómicos gigantescos e experimentado bombas na atmosfera sem medir as consequências a nível da radioactividade que daí poderiam advir.
Hoje, as agressões continuam. Em todo o mundo e, também, aqui na nossa Terra.
A miragem do fenómeno turístico, não pode ser o factor essencial para permitir o crescimento da nossa Terra, ao sabor da vontade de políticos locais e dos construtores civis.
Seguramente, como aconteceu noutros cantos do nosso País, iremos crescer mal e caoticamente.
O apetite voraz do negócio centrado no lucro rápido, acompanhado pela incúria e oportunismo de outros, vai tornar a nossa Terra em mais uma parte do território português destruída irreversivelmente, sobretudo a nível do seu património paisagístico, tornando-se em mais um exemplo de desordenamento nacional e de insustentabilidade ambiental.
A nossa Terra, nomeadamente ao nível da sobre ocupação racional do território, mas, igualmente, a nível do caos urbanístico que se vai instalar, não vai suportar tudo isso.
E para quê?
“Grosso modo, num qualquer dia de semana de Outono, Inverno ou Primavera de 2001, em cada 2 fogos existentes na Figueira da Foz, um estaria desocupado. Entretanto, 7 anos volvidos, a desproporção deve ter-se agravado. Muitos mais prédios e fogos foram construídos, sem que a população da cidade tenha tido crescimento significativo.”
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1 comentário:
É certo. E se a isso alocarmos o conceito de que o território é um bem finito e irrepetível, mais absurda nos parece a sua delapidação sem qualquer benefício público.
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