Por um equivoco histórico, que nunca entendi, nem sei explicar, houve tempo em que apelidavam os covagaleneses de esgueirões.
Felizmente, o Cap. João Pereira Mano, sem sombra de dúvida, o maior investigador figueirense vivo e o maior conhecedor da história marítima do concelho da Figueira da Foz, autor de livros fundamentais para o conhecimento das nossas raízes, como “Lavos, Nove Séculos de História” e “Terras do Mar Salgado”, tudo resultado de décadas de investigação aturada em fontes directas, desfez o imbróglio e hoje já ninguém nos apelida de esgueirões.
A minha eterna gratidão ao Cap. João Pereira Mano, pois o seu labor e dedicação de quase toda uma vida, evitou que pudessem continuar a atribuir as origens dos covagalenes à terra
"deste rapaz pobre , que acabou por subir a pulso a corda da vida. Termina o liceu, licencia-se em Economia e, em meados da década de 70, entra para o Banco de Portugal, onde se torna amigo de Cavaco Silva. No rol das distintas amizades está ainda Miguel Cadilhe, que conhece na Faculdade de Economia do Porto.
A partir de 1979 faz carreira na alta finança: é presidente da Sociedade Financeira, vice-presidente do Banco Nacional Ultramarino e vice-presidente do Banco Pinto & Sotto Mayor.
Quando Cavaco Silva forma o primeiro Governo, em 1985, Miguel Cadilhe é ministro das Finanças e Oliveira e Costa secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Abandona funções governativas em 1991. Mas o primeiro-ministro, Cavaco Silva, oferece-lhe um lugar na Europa – como vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos. Regressado a Portugal, funda, em 1993, o Banco Português de Negócios (BPN) – do qual foi presidente até Fevereiro deste ano.”
Os nossos antepassados covagalenses vieram do distrito de Aveiro, mas – está provado e fundamentado historicamente - embora do distrito de Aveiro, de outra Terra: Ílhavo.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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