Hoje, é daqueles dias quase perfeitos, que vale a pena viver.
Está um sol esplendoroso, quase sem vento, o que é pena, pois apetecia-me abrir os braços e deixar levar-me pelo vento...
Mesmo assim, aqui à beira-mar ainda sem "torres de SETE andares... e caso seja um Hotel de 4-5 estrelas poder-se-á construir até ao céu: 18 pisos... ("assim diz o Regulamento elaborado pelos técnicos da Câmara Municipal da Figueira da Foz, liderados pelo chefe máximo do Urbanismo, Presidente da Câmara, o Eng. Duarte Silva, eleito para o cargo em 2001." "É caso para perguntar se os técnicos reflectiram sobre os problemas de saneamento que esta freguesia enferma, principalmente nos meses de Verão, com a quase duplicação de habitantes.
Com esse aumento brutal de utilizadores como se comportará a ETAR existente? Convém lembrar o já habitual mau cheiro na zona da ponte dos arcos durante o verão.
E a Zona industrial, mais a sul da freguesia de S. Pedro? Tem ETAR?
Tem algum plano de recolha, segregação e tratamento dos resíduos industriais banais? E os perigosos?”...), mas, como ía dizendo, aqui à beira está uma brisa suave e leve que, ao acariciar-me a face me dá a sensação e o conforto de que sou livre... E, hoje, sou.
Livre de pensamentos... Livre de obrigações ...Livre de pessoas... Livre de instituições...Livre de tudo o que me obriga a andar com os pés no chão...
Deixem-me sonhar... e pensar que este paraíso da foto acima se vai manter durante muitos anos.
Deixem-me sonhar... Estou de férias.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Esperemos que não se venha a cometer o irreparável.
Seria vergonhoso!
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