quinta-feira, 16 de julho de 2020

"Este Parque de Campismo, Foz do Mondego, nasceu há 32 anos". Tal ficou a dever-se "por efeitos de um pedido da Câmara Municipal da Figueira da Foz à Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo (assim designada na altura) hoje, Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal , com o intuito de acabar com o campismo clandestino que proliferava na altura, na praia do Cabedelo". (4)

"O maior drama que se viveu no concelho da Figueira durante passagem do furacão Leslie ocorreu no parque de campismo do Cabedelo. Houve rulotes levantadas e arrastadas pelo vento como se fossem caixas de fósforos. Alguns dos ocupantes das rulotes escaparam in extremis à fúria dos ventos. Nesse dia não faltou muito para ter morrido gente ali naquele local. Não podemos voltar a correr os mesmos riscos. Não é preciso ter um curso de ordenamento do território para percebermos que aquele espaço não pode continuar como está e, ao que tudo indica, a servir de habitação a famílias com difi culdades económicas e sociais. Será que há medo de debater o assunto? Moram ou não famílias no atual parque de campismo? Existem crianças a viver no parque? É que se existem, esta não é a resposta que um estado direito deverá oferecer a pessoas sem habitação. E esse é o problema número um que deve ser resolvido antes de encerrar o campismo. É preciso juntamente com a segurança social dar resposta a hipotéticos casos de risco de carência habitacional associados ao encerramento do campismo. Depois há outro problema que estranhamente é evitado. Existe ou não existe confl ito de interesses entre eleitos da oposição de direita e a decisão de encerramento do parque de campismo? É que se existe, temos de o saber com muita clareza, para que a discussão seja realmente franca e não andemos com rodriguinhos, emissários e mensagens encriptadas por interpostas pessoas. Relativamente à questão colocada, apoio a posse administrativa do parque de campismo desde que se encontre uma solução que impeça o agravamento de eventuais casos de precariedade social decorrentes do encerramento do parque e desde que a solução a implementar não volte a colocar pessoas em situação de alto risco em caso de futuras tempestades. Por outro lado, quem defende que está tudo bem e deve fi car tudo exatamente como está deverá assumir por completo a responsabilidade de eventuais dramas que se possam produzir no caso de uma nova tempestade."

Via Diário as Beiras

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