sábado, 25 de julho de 2020

OBRAS NA FIGUEIRA (viver aqui, litoral próspero de outros tempos, significa não ter tradição do exercício da cidadania, de lutas, muito menos manifestações. Aqui, registo um desfile de Abril. Quanto ao 1º de Maio: são sempre os mesmos, a reboque dos sindicalistas resistentes) 7

"Com a pergunta desta semana surge-me automaticamente outra questão para contrapor: ainda estamos a falar da revitalização da baixa da cidade?
Porque é que a baixa está transformada num caos? E a Rua dos Combatentes da Grande Guerra? E a Rua da República? Infelizmente são o espelho da desordem e da falta de brio que a cidade apresenta. E porquê?
Afastar os carros do centro. Tudo bem, até nem discordo deste pensamento. Menos CO2, visivelmente mais atrativo sem carros à vista, preocupação ambiental. Mas como irão fazer para atrair pessoas? Vão a pé? E estacionamento, como vai ser? E os transportes públicos vão continuar com os horários e paragens que existem há mais de 20 anos? Ou é propositado para incentivar a andar nas “figas”?
Revitalizar a baixa da cidade ou outro local do concelho, a meu ver, devia enquadrar-se numa estratégia global do que se pretende para a Figueira da Foz. Mas ainda não percebi qual é a estratégia! Ou se, porventura, há, efetivamente, uma estratégia!
Assisto a ideias avulso, ainda por cima mal executadas ou ideias de milhões de euros, mas que não criam um único posto de trabalho, ou mais grave, diminuem o emprego que existe.
Para a revitalização proponho comunicação: estratégia coletiva, valorizar a opinião e o conhecimento de quem está no local, comerciantes e habitantes. Não insistam em realizar obras como se ninguém tivesse nada a dizer. A vida que ainda existe na baixa é da responsabilidade de quem por lá está.
Em segundo lugar proponho uma estratégia económica de valorização dos recursos que existem.
Em terceiro lugar, apostar no empreendedorismo e atração de novos investidores.
Em quarto lugar incentivar à renovação dos edifícios existentes.
Em quinto lugar parem de insistir no betão e na destruição de árvores. A envolvência dos locais com o verde faz muito mais sentido. Mais árvores, menos carbono, certo?
No fim de contas, o que proponho é que se defina uma estratégia para o nosso concelho e que, acima de tudo, se envolva os figueirenses ou quem tornou a Figueira como sua casa. Porque a revitalização de uma zona ou torná-la mais apelativa e viva tem que, acima de tudo, se incentivar à participação das pessoas. Só assim existe dinâmica, desenvolvimento e sucesso."

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